domingo, 15 de fevereiro de 2009

Alterações climáticas: Portugal obtém créditos de carbono com ajuda aos PALOP

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9329792.html
15 de Fevereiro de 2009, 08:45
Cidade da Praia, 15 Fev (Lusa) - Portugal está a ajudar os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) a criar mecanismos ambientais na área do protocolo de Quioto, recebendo em troca créditos no âmbito das emissões de carbono.
"Portugal precisa de créditos de carbono, e tem aqui um caminho estrategicamente muito interessante, porque pode obter créditos de carbono e ao mesmo tempo estreitar relações" com esses países, disse à Agência Lusa o ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.
Em entrevista à Agência Lusa, no final de uma visita de três dias a Cabo Verde que hoje terminou, Nunes Correia explicou que Portugal tem vindo a assinar protocolos "praticamente com todos os países da CPLP", sendo que já o fez com os cinco países africanos, Guiné-Bissau em 2005, Moçambique em 2006, e Angola, Cabo Verde e S. Tomé no ano passado.
Portugal, explicou o ministro, vai apoiar a criação da Autoridade Nacional Designada desses países, uma entidade que terá nomeadamente a competência de aprovar projectos passíveis de reduzir os efeitos das alterações climáticas.
A criação da Autoridade é necessária no quadro do protocolo de Quioto e permite aos países beneficiarem de projectos de cooperação em áreas ambientais.
Isso é "bom para os países que fazem cooperação, porque obtém créditos de CO2 (dióxido de carbono), e é bom para os países que recebem essa cooperação, porque os ajuda a trilhar um caminho positivo do ponto de vista de emissões" de gases, frisou Nunes Correia.
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Em Cabo Verde vão também ser formados inspectores ambientais com apoio português, o mesmo acontecendo em relação a Angola, onde é visível também a cooperação portuguesa através da empresa Águas de Portugal, junto da empresa pública águas de Luanda.
A empresa Águas de Portugal está também presente em Moçambique, numa parceria com a Águas de Moçambique, além de que recentemente a gestão do lixo foi entregue a uma empresa portuguesa, havendo ainda o apoio na formação de inspectores ambientais, disse o ministro.
Em Moçambique, ainda segundo Nunes Correia, há vários projectos no domínio da gestão da água, como no Lumbo ou em Maxaquene, sendo também a água que merece mais parcerias em S. Tomé e Príncipe e na Guiné-Bissau, aqui especialmente "na gestão dos recursos trans-fronteiriços".
Na Guiné-Bissau deve terminar este ano o projecto Carboveg, de quantificação de carbono, enquanto em S. Tomé foi concluída a instalação de estações de monitorização das águas dos rios Ouro e Abade.
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FP.
Lusa/fim

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