11 de Fevereiro de 2009, 00:27
Lisboa, 11 Fev (Lusa) - O ex-Presidente da República Mário Soares advertiu terça-feira à noite que sem transparência no País, particularmente no sector da banca, Portugal poderá conhecer a prazo um clima de revolta e acontecimentos de gravidade.
A advertência do ex-chefe de Estado foi feita na primeira conferência promovida pela Fundação INATEL, que decorreu no Teatro da Trindade, subordinada ao tema "Novas respostas e novos desafios".
Após uma intervenção inicial, Mário Soares respondeu a questões da plateia sobre a saúde dos partidos, apoios concedidos à banca pelo Estado e sobre a situação do Banco Privado Português (BPP) e Banco Português de Negócios (BPN).
"Espero que se saiba o que se passou no BPP e no BPN. Tudo tem de ser esclarecido. É preciso transparência no País, se não é impossível haver confiança. Isso gera revolta - e não estamos imunes que isso aconteça em Portugal", declarou o fundador do PS, que também fez alusão aos recentes protestos violentos ocorridos na Grécia e em outros países europeus.
Já em resposta a perguntas dos jornalistas, Mário Soares acrescentou que "é preciso que o País saiba o que se passou" com aqueles dois bancos, "porque, no fundo, o dinheiro dos contribuintes está ali".
"É preciso que digam porque razão gastaram nisso [no BPN e BPP] e não em outras coisas. É preciso que digam o que esperam daquilo [BPN e BPP] e quem dirige aquilo. Eu não sei nada disso e ninguém sabe", disse.
Mário Soares afirmou depois estranhar "o clima de silêncio" existente a propósito destes casos com o BPP e BPN.
"Espero que não haja opacidade. As pessoas têm de saber o que se passou", insistiu.
O ex-Presidente da República falou também sobre necessidade de transparência a propósito dos partidos, fazendo depois neste contexto críticas à comunicação social, sobretudo "aos jovens jornalistas".
"Os partidos têm de se abrir. Têm que se tornar transparentes e tem de se perceber de onde vem o dinheiro", sustentou.
Antes, Mário Soares tinha advertido que era "totalmente favorável ao sistema de partidos, embora sabendo que os partidos não esgotam a democracia" e que o seu único cargo político era ser membro do Conselho de Estado por inerência - órgão que, "por sinal, não se tem reunido muito ultimamente".
Sobre a comunicação social em Portugal, o ex-Presidente da República começou por dizer que, "em geral, há excelentes jornalistas, embora alguns deles estejam já na prateleira".
"Mas há muitos jovens jornalistas que chegam com a pergunta estúpida, para depois tirarem dali ilações e arranjarem sarilhos. Estão convencidos que é preciso ganhar dinheiro e fazer vender mais os jornais. Isso é o que eu chamo a pequena política", atacou.
PMF.
Lusa/fim
Lisboa, 11 Fev (Lusa) - O ex-Presidente da República Mário Soares advertiu terça-feira à noite que sem transparência no País, particularmente no sector da banca, Portugal poderá conhecer a prazo um clima de revolta e acontecimentos de gravidade.
A advertência do ex-chefe de Estado foi feita na primeira conferência promovida pela Fundação INATEL, que decorreu no Teatro da Trindade, subordinada ao tema "Novas respostas e novos desafios".
Após uma intervenção inicial, Mário Soares respondeu a questões da plateia sobre a saúde dos partidos, apoios concedidos à banca pelo Estado e sobre a situação do Banco Privado Português (BPP) e Banco Português de Negócios (BPN).
"Espero que se saiba o que se passou no BPP e no BPN. Tudo tem de ser esclarecido. É preciso transparência no País, se não é impossível haver confiança. Isso gera revolta - e não estamos imunes que isso aconteça em Portugal", declarou o fundador do PS, que também fez alusão aos recentes protestos violentos ocorridos na Grécia e em outros países europeus.
Já em resposta a perguntas dos jornalistas, Mário Soares acrescentou que "é preciso que o País saiba o que se passou" com aqueles dois bancos, "porque, no fundo, o dinheiro dos contribuintes está ali".
"É preciso que digam porque razão gastaram nisso [no BPN e BPP] e não em outras coisas. É preciso que digam o que esperam daquilo [BPN e BPP] e quem dirige aquilo. Eu não sei nada disso e ninguém sabe", disse.
Mário Soares afirmou depois estranhar "o clima de silêncio" existente a propósito destes casos com o BPP e BPN.
"Espero que não haja opacidade. As pessoas têm de saber o que se passou", insistiu.
O ex-Presidente da República falou também sobre necessidade de transparência a propósito dos partidos, fazendo depois neste contexto críticas à comunicação social, sobretudo "aos jovens jornalistas".
"Os partidos têm de se abrir. Têm que se tornar transparentes e tem de se perceber de onde vem o dinheiro", sustentou.
Antes, Mário Soares tinha advertido que era "totalmente favorável ao sistema de partidos, embora sabendo que os partidos não esgotam a democracia" e que o seu único cargo político era ser membro do Conselho de Estado por inerência - órgão que, "por sinal, não se tem reunido muito ultimamente".
Sobre a comunicação social em Portugal, o ex-Presidente da República começou por dizer que, "em geral, há excelentes jornalistas, embora alguns deles estejam já na prateleira".
"Mas há muitos jovens jornalistas que chegam com a pergunta estúpida, para depois tirarem dali ilações e arranjarem sarilhos. Estão convencidos que é preciso ganhar dinheiro e fazer vender mais os jornais. Isso é o que eu chamo a pequena política", atacou.
PMF.
Lusa/fim
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