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01 de Fevereiro de 2009, 20:02
Belém, Brasil, 01 Fev (Lusa) - A criação de um fórum temático para discutir a crise financeira nos Estados Unidos (EUA) ainda este semestre foi uma das propostas feitas pelos participantes do Fórum Social Mundial, que encerrou hoje na cidade brasileira em Belém.
Segundo Martí Olivello membro do Conselho Internacional do Fórum, seria um desafio realizar nos Estados Unidos um fórum temático para discutir a crise internacional.
Olivello admite que o tema da crise durante o Fórum esteve diluído. Entre as cerca de 2.500 actividades, não mais do que 100 tratavam da crise.
"O barco está a afundar, temos que fazer alguma coisa, não pode esperar", disse à Lusa Olivello, que considerou haver a necessidade de debater mais sobre respostas à crise.
Para Martí Olivello, as dificuldades de organização de um fórum temático nos EUA são do ponto de vista prático: a concessão de vistos.
"Os EUA não permitem a entrada de muitos cidadãos do mundo como Oriente Médio ou Cuba. Há o perigo de que não possa acontecer, pois pode barrar a metade das pessoas para o fórum", explicou.
Olivello afirmou que o Conselho Internacional do Fórum Social já esteve com o presidente brasileiro Lula da Silva para pedir que ajudasse na interlocução com o seu homólogo Barack Obama. "Ele disse que sim, mas isso depende muito", sublinhou.
Pela primeira vez, o Conselho Internacional abriu espaço para a realização de uma assembleia para receber propostas dos próprios participantes do evento, que serão consideradas e discutidas pela organização.
"Esta foi a primeira vez que houve uma assembleia de membros do fórum que começaram a falar e a propor como deveriam ser os próximos fóruns", disse.
Outro debate foi acerca da periodicidade do Fórum. Já está decidido que em 2010, haverá um dia de acção global com mobilizações em diversas cidades do mundo, tal como em 2008.
Para 2011, ainda não está decidido se o evento será centralizado, como neste ano. Olivello destacou que há propostas existentes para fazer em África Ocidental ou Norte da África, mas também no Médio Oriente.
Como balanço desta semana da 8ª edição centralizada do Fórum Social, Olivello admitiu que havia um número excessivo de actividades, quase 2.500 o que provocou "dispersão e falhas na coordenação".
Para os próximos anos, a ideia é abrir mais espaço para a participação de mais membros da sociedade civil a fim de contribuir para organização dos futuros fóruns.
"Isso denota um primeiro grau de amadurecimento das pessoas que não vêm ao Fórum apenas como usuários, e sim, para sentir-se co-responsáveis de um evento colectivo. As pessoas não estão acostumadas a pensar neste enfoque", disse.
No Fórum que encerra hoje em Belém, no Estado do Pará, o número estimado de pessoas envolvidas foi de 150 mil, provenientes de 130 países.
FO.
Lusa/Fim
01 de Fevereiro de 2009, 20:02
Belém, Brasil, 01 Fev (Lusa) - A criação de um fórum temático para discutir a crise financeira nos Estados Unidos (EUA) ainda este semestre foi uma das propostas feitas pelos participantes do Fórum Social Mundial, que encerrou hoje na cidade brasileira em Belém.
Segundo Martí Olivello membro do Conselho Internacional do Fórum, seria um desafio realizar nos Estados Unidos um fórum temático para discutir a crise internacional.
Olivello admite que o tema da crise durante o Fórum esteve diluído. Entre as cerca de 2.500 actividades, não mais do que 100 tratavam da crise.
"O barco está a afundar, temos que fazer alguma coisa, não pode esperar", disse à Lusa Olivello, que considerou haver a necessidade de debater mais sobre respostas à crise.
Para Martí Olivello, as dificuldades de organização de um fórum temático nos EUA são do ponto de vista prático: a concessão de vistos.
"Os EUA não permitem a entrada de muitos cidadãos do mundo como Oriente Médio ou Cuba. Há o perigo de que não possa acontecer, pois pode barrar a metade das pessoas para o fórum", explicou.
Olivello afirmou que o Conselho Internacional do Fórum Social já esteve com o presidente brasileiro Lula da Silva para pedir que ajudasse na interlocução com o seu homólogo Barack Obama. "Ele disse que sim, mas isso depende muito", sublinhou.
Pela primeira vez, o Conselho Internacional abriu espaço para a realização de uma assembleia para receber propostas dos próprios participantes do evento, que serão consideradas e discutidas pela organização.
"Esta foi a primeira vez que houve uma assembleia de membros do fórum que começaram a falar e a propor como deveriam ser os próximos fóruns", disse.
Outro debate foi acerca da periodicidade do Fórum. Já está decidido que em 2010, haverá um dia de acção global com mobilizações em diversas cidades do mundo, tal como em 2008.
Para 2011, ainda não está decidido se o evento será centralizado, como neste ano. Olivello destacou que há propostas existentes para fazer em África Ocidental ou Norte da África, mas também no Médio Oriente.
Como balanço desta semana da 8ª edição centralizada do Fórum Social, Olivello admitiu que havia um número excessivo de actividades, quase 2.500 o que provocou "dispersão e falhas na coordenação".
Para os próximos anos, a ideia é abrir mais espaço para a participação de mais membros da sociedade civil a fim de contribuir para organização dos futuros fóruns.
"Isso denota um primeiro grau de amadurecimento das pessoas que não vêm ao Fórum apenas como usuários, e sim, para sentir-se co-responsáveis de um evento colectivo. As pessoas não estão acostumadas a pensar neste enfoque", disse.
No Fórum que encerra hoje em Belém, no Estado do Pará, o número estimado de pessoas envolvidas foi de 150 mil, provenientes de 130 países.
FO.
Lusa/Fim
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