quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Portugal sofre de "crise de líderes" no governo, partidos, sindicatos e empresas - Belmiro de Azevedo

18 de Fevereiro de 2009, 15:25
Lisboa, 18 Fev (Lusa) - O presidente do grupo Sonae, Belmiro de Azevedo, afirmou hoje que "há uma crise de líderes" em Portugal ao nível do Governo, dos partidos, dos empresários, bem como dos sindicatos.
O líder do grupo Sonae falava, em Lisboa, durante o Fórum para a Competitividade, tendo criticado os políticos por falarem "do que não sabem, do que não tem a ver com a realidade e prometerem o que não podem cumprir".
Reportando-se à forma como o governo, partidos, empresários e sindicatos têm lidado com a actual crise, Belmiro de Azevedo realçou ter constatado que existe também uma crise de líderes.
Belmiro de Azevedo destacou também que os sindicatos continuam a defender "o emprego para toda a vida", tendo regressado a uma teoria abandonada nos anos 80 e que não se encaixa com a actual realidade.
No caso dos políticos, garantiu que "falam do que não sabem e sobretudo do que não tem a ver com a realidade".
"Os governos acreditaram que o milagre de uma receita elástica é eterno", frisou empresário.
O patrão da Sonae realçou também que o Estado se tem comportado como se tivesse "uma máquina de fazer notas e que tem acesso a crédito ilimitado", o que não é benéfico a curto e a médio longo prazo para a economia portuguesa.
Belmiro de Azevedo chamou a atenção para os perigos do aumento da dívida pública, que está em níveis demasiado altos, indicando que "o dinheiro não é tão abundante assim e pode tender para zero".
"Seguramente tende para o infinito em termos de encargos e juros no longo prazo", ironizou
O líder da Sonae manifestou a sua oposição à medidas com carácter proteccionista por não ser vantajoso para as empresas e para a economia do país.
"Se iniciarmos qualquer processo de proteccionismo, logo virá a retaliação da Espanha que é muito mais poderosa", acrescentou.
JS
Lusa/Fim

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