http://jn.sapo.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=964650&dossier=Bolh%E3o,%20um%20mercado%20de%20futuro
Futuro do Bolhão foi discutido numa conferênciaem Lisboa. Manuel Alegre manifestou solidariedade
2008-07-04
cristiano pereira
A onda de defesa pela manutenção do mercado do Bolhão desceu a Lisboa e recebeu palavras de solidariedade de deputados do PS e e do Bloco de Esquerda. Manuel Alegre apelou à intervenção do ministro da Cultura.
"Nós somos um país muito antigo mas que por vezes parece que não tem consciência de si mesmo". O lamento soltou-se da boca de Manuel Alegre, vice-presidente da Assembleia da República, durante uma conferência em Lisboa organizada pela Plataforma de Intervenção Cívica do Porto sobre o futuro do Mercado do Bolhão. Recorde-se que aquele movimento surgiu na sequência da contestação do projecto de revitalização do antigo mercado numa superfície mais moderna, com mais lojas e apartamentos, mantendo a traça original.
A conferência, realizada na Sociedade Portuguesa de Autores, contou também com a deputada socialista Isabel Santos, João Teixeira Lopes (Bloco de Esquerda) e, entre outros, dos arquitectos Joaquim Massena e Correia Fernandes. Helena Roseta esteve na assistência. Do Porto veio ainda um autocarro com elementos da Plataforma de Intervenção que aproveitaram para apresentar e ler o manifesto "Participação e Cidadania". Manuel Alegre aplaudiu e considerou "exemplar" o movimento: "Manifesto a minha solidariedade e estou convosco; esta não é uma causa só do Porto; transcende o Porto e é uma causa nacional", sublinhou, antes de afirmar que as obras no mercado seria "um acto contra a memória, contra a cultura, contra a cidade e contra as pessoas".
Alegre aproveitou para deixar recados: "Aqueles que estão no exercício dos seus poderes deviam fazer uma pedagogia cívica dos actos e preservação da nossa memória e do nosso património", disse, antes de salientar que "compete ao Ministério da Cultura a gestão, defesa e preservação do nosso património". Manuel Alegre asseverou ainda que "o ministro da Cultura é uma pessoa com formação e com sensibilidade para ser receptivo a esta questão".
João Teixeira Lopes mostrou-se crítico perante a possibilidade de privatização do mercado. "Privatizar esses espaços é um dos atentados mais graves contra a ideia de lugar identitário", apontou. "Quando vou ao Bolhão comprar flores, não vou apenas comprar flores; vou trocar palavras, gestos e abraços", sublinhou.
Isabel Santos afinou pelo mesmo discurso e apelou à união e resistência da população do Porto: "Tenho fé na alma do meu povo e o povo do Porto, em momentos chave, já deu sinais fortes aos governos da cidade e país. Mais uma vez vamos vencer a luta!". Antes, o arquitecto Joaquim Massena, autor de um projecto de reabilitação do Bolhão, criticou a autarquia: "Não é legítimo que a Câmara refira que o projecto está obsoleto e economicamente inviável e que a forma para a sua reabilitação seja a alienação e demolição integral de todo o mercado do Bolhão incluindo as pessoas".
Futuro do Bolhão foi discutido numa conferênciaem Lisboa. Manuel Alegre manifestou solidariedade
2008-07-04
cristiano pereira
A onda de defesa pela manutenção do mercado do Bolhão desceu a Lisboa e recebeu palavras de solidariedade de deputados do PS e e do Bloco de Esquerda. Manuel Alegre apelou à intervenção do ministro da Cultura.
"Nós somos um país muito antigo mas que por vezes parece que não tem consciência de si mesmo". O lamento soltou-se da boca de Manuel Alegre, vice-presidente da Assembleia da República, durante uma conferência em Lisboa organizada pela Plataforma de Intervenção Cívica do Porto sobre o futuro do Mercado do Bolhão. Recorde-se que aquele movimento surgiu na sequência da contestação do projecto de revitalização do antigo mercado numa superfície mais moderna, com mais lojas e apartamentos, mantendo a traça original.
A conferência, realizada na Sociedade Portuguesa de Autores, contou também com a deputada socialista Isabel Santos, João Teixeira Lopes (Bloco de Esquerda) e, entre outros, dos arquitectos Joaquim Massena e Correia Fernandes. Helena Roseta esteve na assistência. Do Porto veio ainda um autocarro com elementos da Plataforma de Intervenção que aproveitaram para apresentar e ler o manifesto "Participação e Cidadania". Manuel Alegre aplaudiu e considerou "exemplar" o movimento: "Manifesto a minha solidariedade e estou convosco; esta não é uma causa só do Porto; transcende o Porto e é uma causa nacional", sublinhou, antes de afirmar que as obras no mercado seria "um acto contra a memória, contra a cultura, contra a cidade e contra as pessoas".
Alegre aproveitou para deixar recados: "Aqueles que estão no exercício dos seus poderes deviam fazer uma pedagogia cívica dos actos e preservação da nossa memória e do nosso património", disse, antes de salientar que "compete ao Ministério da Cultura a gestão, defesa e preservação do nosso património". Manuel Alegre asseverou ainda que "o ministro da Cultura é uma pessoa com formação e com sensibilidade para ser receptivo a esta questão".
João Teixeira Lopes mostrou-se crítico perante a possibilidade de privatização do mercado. "Privatizar esses espaços é um dos atentados mais graves contra a ideia de lugar identitário", apontou. "Quando vou ao Bolhão comprar flores, não vou apenas comprar flores; vou trocar palavras, gestos e abraços", sublinhou.
Isabel Santos afinou pelo mesmo discurso e apelou à união e resistência da população do Porto: "Tenho fé na alma do meu povo e o povo do Porto, em momentos chave, já deu sinais fortes aos governos da cidade e país. Mais uma vez vamos vencer a luta!". Antes, o arquitecto Joaquim Massena, autor de um projecto de reabilitação do Bolhão, criticou a autarquia: "Não é legítimo que a Câmara refira que o projecto está obsoleto e economicamente inviável e que a forma para a sua reabilitação seja a alienação e demolição integral de todo o mercado do Bolhão incluindo as pessoas".
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