Atitude sinistra esta, apenas sustentada pela vã glória de mandar e a arrogância de quem, a qualquer preço, quer deixar "OBRA FEITA", sem cuidar de saber se a memória e a cultura de um povo se reveêm na remoção do museu dos coches do local onde está!...
Instados na posição, já com dezenas de anos, da transferência dos majestosos coches para "GRANDES INSTALAÇÕES", onde mostrem a "IMPONÊNCIA", a "OSTENTAÇÃO" e a "RIQUEZA" do povo que os criou, esqueceram-se os nossos governantes do carinho e da escala humanas que são sentidos e transmitidos pelo espaço actual em que se encontram.
O carácter acolhedor e proporcionado daquele espaço para o efeito que desempenha, conseguiu transmitir, a várias gerações, a atitude da visita e da frequência como nenhum outro museu conseguiu neste país.
A relação do espaço-picadeiro, criado para os cavalos, tem a escala, o conceito e a relação directa com os velhos coches.
Quem vê uma coisa sente a outra e não é por acaso que se dão bem: interligam-se.
Rebentar estas amarras é um crime que devia ser punido civilmente sobre quem detém o poder de o decidir, e mesmo de o aconselhar.
É um atentado criminoso à cultura nacional, só comparável às demolições arcaicas dos pequenos burgos edificados que envolviam os nossos grandes edifícios, como o Mosteiro da Batalha e muitos outros, num passado não muito distante.
E, depois do crime, até os "burros" perceberam que os edifícios pareciam ter mingado; a envolvência e escala humanas tinham desaparecido para sempre - ficou tão somente uma aparência, a custear e a manter, como mera escultura, espoliada de um passado de sempre; apenas para dizer que temos.
CRIME... Isto é um CRIME À NOSSA CULTURA; pior, é um atestado de incompetência a todos nós, portugueses, que passamos por não saber mais que isto; nem aprendermos com a forma como os nossos vizinhos europeus tratam e valorizam a vivência urbana dos seus velhos espaços e do seu património, dos seus costumes e das suas tradições. De como tiram partido destas mais valias entre o relacionamento dos espaços/edifícios, com a memória da função que têm vindo a desempenhar.
Ninguém toleraria a destruição de velhos quadros, obras primas de autores nacionais consagrados. Seria destruir cultura, tal como os nossos governantes bem a compreendem.
Mas destruir a cultura da tradição, da vivência do dia a dia, da memória passada daquilo que está bem e vão desagregar (que é pior que estar a queimar valiosos quadros), já não é percebido como destruição de cultura.
E não é percebido porque não dá jeito perceber a quem decide; e como é mais volátil, NÃO SE VEÊM AS CINZAS. E destrói-se este património humano. Para quê? PARA FAZER OBRAS DE REGIME.
Destrói-se também a mais valia económica que este património constituiria para a melhoria do PIB resultante do turismo motivado por este facto. Situações novas em qualquer lado se criam; mas as que resultam do passado, da memória, fazem a diferença entre o especial que atrai, e o comum, que se visita, “se calhar”.
ISTO É MATAR A GALINHA DOS OVOS DE OURO!!!
As dificuldades de manutenção dos coches neste espaço, desde a humidade à temperatura e ao resto, podem ser mais facilmente resolvidas que outras questões que terão que ser resolvidas com a construção do novo edifício.
Os nossos governantes bem podiam mostrar uma lição de humildade, recuperando devidamente as actuais instalações para a mesma função.
E nós poderiamos continuar a mostrar aos nossos filhos os coches, no antigo picadeiro dos cavalos reais, onde têm escala e memória, que é onde devem ficar.
E se querem aparecer ao povo com um edifíco novo, até do "tipo escultura", têm tantos locais para o fazer, sem ser ali. E mesmo que seja aí, façam uma "coisa" mais pequena, para não ficar tão cara a demolir quando, no futuro, um governante com juizo, quiser libetar a margem ribeirinha destes "enguiços" mal paridos.
O responsavel por este crime, se ocorrer, só não será julgado se morrer antes do povo ganhar consciência que, afinal, o pode mesmo fazer; pois não é crivel que alguém que desempenha tão elevadas funções, possa estar, a este nível, tão mal aconselhado, ou ser tão arrogante."
P.S.
Dizem-me os colegas: "Já investiram muito dinheiro, em estudos e promessas; não podem reverter o processo."
Só não param o processo se não quiserem.
Olhem o passado: com as gravuras de Foz Côa interromperam o processo, preterindo uma situação produtiva para o país, grande meio de defesa ambiental, que iria produzir energia sem libertar dióxido de carbono. E as gravuras não eram destruidas, ficavam submersas, guardadas; mas até posso compreender que o tenham feito.
Mas agora isto é que é incompreensivel e demonstrativo de um tipo de "in"cultura que se irá continuar a aplicar em outros casos similares.
Temos que pôr um fim a este assassinato cultural, sob pena de perda total da nossa identidade.
FFerreira arq.
Instados na posição, já com dezenas de anos, da transferência dos majestosos coches para "GRANDES INSTALAÇÕES", onde mostrem a "IMPONÊNCIA", a "OSTENTAÇÃO" e a "RIQUEZA" do povo que os criou, esqueceram-se os nossos governantes do carinho e da escala humanas que são sentidos e transmitidos pelo espaço actual em que se encontram.
O carácter acolhedor e proporcionado daquele espaço para o efeito que desempenha, conseguiu transmitir, a várias gerações, a atitude da visita e da frequência como nenhum outro museu conseguiu neste país.
A relação do espaço-picadeiro, criado para os cavalos, tem a escala, o conceito e a relação directa com os velhos coches.
Quem vê uma coisa sente a outra e não é por acaso que se dão bem: interligam-se.
Rebentar estas amarras é um crime que devia ser punido civilmente sobre quem detém o poder de o decidir, e mesmo de o aconselhar.
É um atentado criminoso à cultura nacional, só comparável às demolições arcaicas dos pequenos burgos edificados que envolviam os nossos grandes edifícios, como o Mosteiro da Batalha e muitos outros, num passado não muito distante.
E, depois do crime, até os "burros" perceberam que os edifícios pareciam ter mingado; a envolvência e escala humanas tinham desaparecido para sempre - ficou tão somente uma aparência, a custear e a manter, como mera escultura, espoliada de um passado de sempre; apenas para dizer que temos.
CRIME... Isto é um CRIME À NOSSA CULTURA; pior, é um atestado de incompetência a todos nós, portugueses, que passamos por não saber mais que isto; nem aprendermos com a forma como os nossos vizinhos europeus tratam e valorizam a vivência urbana dos seus velhos espaços e do seu património, dos seus costumes e das suas tradições. De como tiram partido destas mais valias entre o relacionamento dos espaços/edifícios, com a memória da função que têm vindo a desempenhar.
Ninguém toleraria a destruição de velhos quadros, obras primas de autores nacionais consagrados. Seria destruir cultura, tal como os nossos governantes bem a compreendem.
Mas destruir a cultura da tradição, da vivência do dia a dia, da memória passada daquilo que está bem e vão desagregar (que é pior que estar a queimar valiosos quadros), já não é percebido como destruição de cultura.
E não é percebido porque não dá jeito perceber a quem decide; e como é mais volátil, NÃO SE VEÊM AS CINZAS. E destrói-se este património humano. Para quê? PARA FAZER OBRAS DE REGIME.
Destrói-se também a mais valia económica que este património constituiria para a melhoria do PIB resultante do turismo motivado por este facto. Situações novas em qualquer lado se criam; mas as que resultam do passado, da memória, fazem a diferença entre o especial que atrai, e o comum, que se visita, “se calhar”.
ISTO É MATAR A GALINHA DOS OVOS DE OURO!!!
As dificuldades de manutenção dos coches neste espaço, desde a humidade à temperatura e ao resto, podem ser mais facilmente resolvidas que outras questões que terão que ser resolvidas com a construção do novo edifício.
Os nossos governantes bem podiam mostrar uma lição de humildade, recuperando devidamente as actuais instalações para a mesma função.
E nós poderiamos continuar a mostrar aos nossos filhos os coches, no antigo picadeiro dos cavalos reais, onde têm escala e memória, que é onde devem ficar.
E se querem aparecer ao povo com um edifíco novo, até do "tipo escultura", têm tantos locais para o fazer, sem ser ali. E mesmo que seja aí, façam uma "coisa" mais pequena, para não ficar tão cara a demolir quando, no futuro, um governante com juizo, quiser libetar a margem ribeirinha destes "enguiços" mal paridos.
O responsavel por este crime, se ocorrer, só não será julgado se morrer antes do povo ganhar consciência que, afinal, o pode mesmo fazer; pois não é crivel que alguém que desempenha tão elevadas funções, possa estar, a este nível, tão mal aconselhado, ou ser tão arrogante."
P.S.
Dizem-me os colegas: "Já investiram muito dinheiro, em estudos e promessas; não podem reverter o processo."
Só não param o processo se não quiserem.
Olhem o passado: com as gravuras de Foz Côa interromperam o processo, preterindo uma situação produtiva para o país, grande meio de defesa ambiental, que iria produzir energia sem libertar dióxido de carbono. E as gravuras não eram destruidas, ficavam submersas, guardadas; mas até posso compreender que o tenham feito.
Mas agora isto é que é incompreensivel e demonstrativo de um tipo de "in"cultura que se irá continuar a aplicar em outros casos similares.
Temos que pôr um fim a este assassinato cultural, sob pena de perda total da nossa identidade.
FFerreira arq.
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