segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Leça/Despoluição: Projecto lançado há dois anos em Valongo começa a dar frutos

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9325583.html
16 de Fevereiro de 2009, 11:45
Porto, 16 Fev (Lusa) - A despoluição do rio Leça, que já foi um dos mais poluídos da Europa, deu um passo decisivo com um projecto iniciado há dois anos em Valongo, mas ainda está muito longe de ficar concluída.
"O projecto está a funcionar, existem elementos mensuráveis que permitem quantificar quanto o rio está hoje melhor do que há dois anos", afirmou José Luís Pinto, vereador do Ambiente na Câmara de Valongo, em declarações à Lusa.
O autarca referia-se ao sucesso do projecto Corrente Rio Leça, que resultou de um protocolo assinado a 16 de Fevereiro de 2007, completam-se hoje dois anos, e tem ainda mais um ano de vigência.
O protocolo, dinamizado pela Câmara de Valongo, envolve autarquias locais, empresas municipais, as faculdades de Engenharia e Ciências da Universidade do Porto e entidades como a DECO, QUERCUS e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).
No quadro deste projecto, já foram limpas as margens do rio no troço de cerca de oito quilómetros que atravessa o concelho de Valongo, de onde foram retiradas 124 toneladas de resíduos verdes, 18 toneladas de resíduos indiferenciados, 220 quilos de sucata e 43 pneus velhos.
Em simultâneo com a limpeza das margens do rio, várias equipas da autarquia estão a verificar as ligações das casas às redes públicas de saneamento e águas pluviais.
"Em Valongo, o rio Leça é poluído fundamentalmente pelos habitantes, ainda que a maior parte não saiba que o está a fazer", salientou José Luís Pinto, recordando os inúmeros casos em que "está ligado à rede de águas pluviais o que deveria estar ligado ao saneamento".
No total, as equipas da autarquia têm que verificar as ligações em cerca de 24 mil casas, tendo visitado 16.724 até ao final de Dezembro.
"Nestas visitas, detectamos que 35 por cento das casas tinham problemas nas ligações", revelou o autarca, especificando que 5.480 casas tinham ligações incorrectas e 431 nem sequer estavam ligadas às redes públicas.
Segundo José Luís Pinto, a situação já foi corrigida em 2.801 casas, frisando que se trata de habitações "que estavam a poluir o rio e já não estão".
Apesar destas melhorias, o autarca está consciente que "o problema está longe de estar resolvido", defendendo que este "é um trabalho que não tem fim".
"Continuamos a entregar à Maia água em piores condições do que a que recebemos de Santo Tirso, mas já conseguimos diminuir essa diferença", frisou, referindo-se ao percurso do Leça.
Este rio, com cerca de 50 quilómetros de extensão, nasce no concelho de Santo Tirso, atravessa os municípios de Valongo e Maia e desagua no mar em Matosinhos.
A qualidade da água do Leça poderá melhorar nos próximos meses com o arranque no projecto de despoluição da Ribeira da Gandra, em Ermesinde, que é o maior foco de poluição daquele rio na sua passagem pelo concelho de Valongo.
"Será um grande passo para a despoluição do Leça", frisou José Luís Pinto, salientando que este projecto, orçado em 1,2 milhões de euros, "permitirá corrigir as ligações à rede pública de 600 ou 700 casas".
FR.
Lusa/fim

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