quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Exposição: Arquitecto Le Corbusier dava importância às artes e gostava de pintar

19 de Fevereiro de 2009, 10:00
Londres, 19 Fev (Lusa) - Além de arquitecto, Le Corbusier era um homem multifacetado que também pintava e desenhava, gostava de música e coleccionava objectos, perspectiva que a exposição no centro Barbican, em Londres, quer mostrar a partir de hoje.
Tal como poucos sabem que o seu verdadeiro nome era Charles-Édouard Jeannerret-Gris (1887-1965), também as obras artísticas de Corbusier, que fazem parte desta exposição, aberta até 24 de Maio, são pouco conhecidas.
A exposição junta também vídeos sobre o trabalho do arquitecto suíço, maquetes, objectos pessoais ou de colecção e fotografias, além de quadros e esculturas de seus contemporâneos que o terão inspirado, como Fernand Léger, Piet Mondrian ou Pablo Picasso.
"Esta exposição dá uma imagem diferente de Corbusier", nomeadamente a "sensação da sua fluidez entre a prática de diferentes artes visuais", assinalou a directora do departamento de arte do centro Barbican, Kate Bush.
"Claro que ele era um extradordinariamente importante arquitecto e planeador urbanístico", refere, "mas o que conseguimos ver aqui é a importância da pintura, escultura, desenho, todos os aspectos do design, de revistas, livros e mobília".
"É isso que o faz uma personagem única, porque ele via tudo como um todo", sublinha.
Na exposição figuram várias peças descobertas há relativamente pouco tempo, como um mural feito para o seu escritório em Paris.
Outra singularidade são alguns objectos que ele coleccionou ao longo da sua carreira e viagens.
"Ainda antes de ser arquitecto foi um artista, ele fez muitos desenhos durante a juventude e durante as suas viagens", recorda Lydia Yee, uma das curadoras da exposição.
Le Corbusier tinha também "grande consideração pela música", já que tanto a mãe como o irmão eram músicos.
"É uma exposição muito íntima, que dá para ter uma impressão visual do que foi a sua vida de trabalho", resume Kate Bush.
O facto de se realizar no Barbican é significativo, pois esta urbanização no centro de Londres é considerada fruto da inspiração nas ideias de Corbusier.
"Corbusier foi o espírito que guiou os arquitectos que desenharam a urbanização Barbican e centro de artes no período do pós-guerra", refere a responsável do Barbican.
"Não foi só a fórmula, como as superfícies de cimento (...) mas também o sentido de utopia de uma máquina para viver: basicamente, o Barbican é uma urbanização onde a pessoa vive, de onde chega ao trabalho em pouco tempo, onde pode receber toda a cultura de música, cinema dança, teatro e artes visuais, onde existem escolas, uma esquadra de polícia, uma igreja", descreve.
Juntando os espaços verdes que se encontram dentro da urbanização, Kate Bush vê o Barbican como "uma cidade no meio de Londres".
BM.
Lusa/fim

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