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11 de Março de 2009, 19:43
Lisboa, 11 Mar (Lusa) - A Plataforma pelo Património Cultura (PP-Cult) e o Fórum Cidadania Lisboa afirmaram hoje que "houve um bom acolhimento" na reunião com o assessor do primeiro-ministro, onde expuseram os argumentos contra a construção do novo Museu dos Coches.
O assessor para a Cultura, Alexandre Melo, ouviu os argumentos "mas a sua função não é de intervir directamente, como nos explicou", disse à saída aos jornalistas Luís Raposo da PP-Cult.
Todavia, Luís Raposo sublinhou: "Não damos por adquirido que tenham começado as obras e o ciclo eleitoral que se avinha é mau conselheiro para um empreendimento tão polémico como este".
Segundo os responsáveis das duas organizações, "não há um só especialista em património ou museologia que venha a terreiro defender o projecto do novo Museu dos Coches".
Para o arqueólogo Luís Raposo, "há esperança que o bom senso possa prevalecer" e afirmou-se satisfeito por o Governo ter visto que a posição que defendem "é motivada por um espírito de critica construtiva e não de bota a abaixo".
No final do encontro, que durou cerca de duas horas, Raposo disse ainda terem pedido ao Governo "tempo necessário para que haja o debate".
Os defensores de uma alternativa ao projecto do novo Museu dos Coches querem "tempo para a sociedade civil pensar e não confrontar-se com uma política de facto consumado", disse Raposo.
Os opositores ao novo museu consideram que os dinheiros públicos podem ser "melhor aplicados", a começar pela própria colecção dos coches.
"Dos três coches da embaixada de D. João V ao Papa apenas um se encontra bem conservado", disse José Arnaut, presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses.
"Há outras prioridades no parque museológico nacional, bastando olhar alguns museus nacionais de Lisboa, como o de Arqueologia, de Arte Antiga, do Azulejo ou da Música", frisaram os responsáveis.
"Vai esbanjar-se dinheiro num projecto que ninguém apoia e há museus com falta de pessoal e salas fechadas, é essa a imagem que queremos dar de Portugal aos turistas que nos visitam", questionou João Aguiar da secção portuguesa do ICOMOS (International Council on Monuments and Sites).
As duas organizações entregaram "uma carta de protesto" na qual exigem a suspensão das obras do novo Museu dos Coches e marcaram uma manifestação para dia 18 junto às actuais instalações dos Serviços de Arqueologia, à avenida da Índia, em Belém, Lisboa.
NL.
Lusa/Fim
quinta-feira, 12 de março de 2009
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