quarta-feira, 18 de março de 2009

Alergias: pólens chegaram mais cedo este ano

Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=62&id_news=378566
Os pólens causadores de alergia chegaram mais cedo este ano e, com eles, a Primavera «mais precoce» dos últimos anos, disse à Lusa o presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).
"Estamos a ter níveis de pólens muito altos", com valores que se costumam atingir em Abril, adiantou Mário Morais de Almeida, a propósito da chegada da Primavera, que se assinala a 21 de Março.
Esta situação faz prever "bastantes alergias e grandes quantidades de pólens, que se vão manter durante bastante tempo na atmosfera", o que "prejudica" as pessoas que sofrem de alergias.
"O Outono já foi bastante mau com os ácaros, o Inverno também, por causa das infecções virais, e a Primavera é o culminar de tudo isto", sublinhou o responsável.
Segundo Mário Morais de Almeida, cerca de um terço da população portuguesa tem alergias e cerca de 20% tem alergias a pólenes.
"Há vários estudos que têm demonstrado que a rinite alérgica e a asma são cada vez mais frequentes, em particular nas crianças", sublinhou.
O presidente da SPAIC alertou que há mais casos de pessoas com alergia e que são "mais graves e mais complexos, em que as pessoas são alérgicas a várias coisas".
Há vários factores que têm contribuído para esta situação.
Segundo a SPAIC, a diminuição das infecções na primeira infância, pelo seu melhor controlo (vacinação, antibióticos) e melhores condições sanitárias, poderá fazer com que o Sistema Imunológico, menos "ocupado" com os micróbios e parasitas, se "volte" para os alergénios ambienciais que, à partida, seriam inofensivos para o homem.
Além disso, condições derivadas de um ambiente doméstico cada vez mais hermético, onde as crianças passam grande parte do tempo, e da alimentação (determinados ácidos gordos, conservantes e antibióticos que diminuem os micróbios normais do intestino) poderão também estar envolvidos.
Morais de Almeida alertou ainda para o uso exagerado dos medicamentos para controlar a febre.
"Nós precisamos que o nosso sistema imunológico aprenda, se eduque e para isso tem de entrar em confronto com alguns agentes infecciosos que estão no ambiente", sublinhou.

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