segunda-feira, 9 de março de 2009

Crise: "Todos os pilares prontos para uma retoma este ano" - Obama

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08 de Março de 2009, 03:58

Washington, 08 Mar (Lusa) - O presidente norte-americano Barack Obama mostrou-se seguro sobre a situação económica considerando, numa entrevista publicada sábado pelo New York Times, que "todos os pilares da retoma" estarão prontos este ano e que os fundos para estabilizar o sistema financeiro serão suficientes.

"A nossa convicção e o nosso desejo são que teremos todos os pilares prontos para uma retoma este ano", declarou sexta-feira o presidente norte-americano a bordo do avião presidencial, Air Force One.

"Quanto tempo levará até que a retoma se traduza num mercado do emprego mais forte dependerá de um grande leque de factores", acrescentou o presidente.

"Não penso que alguém o possa ler numa bola de cristal", revelou o presidente Obama, nesta entrevista difundida no site de Internet do jornal.

O presidente Obama evocou igualmente a necessidade de uma coordenação com os outros países "porque uma parte do que vemos neste momento são fraquezas na Europa, que são realmente mais importantes do que aqui e que se repercutem em nós e têm um impacto nos nossos mercados".

Obama, que encara gastar 250 mil milhões de dólares suplementares para salvar os bancos norte-americanos, considera que esta nova provisão inscrita no orçamento deverá ser suficiente.

"Vamos assegurar-nos que o sistema financeiro está estabilizado com os recursos à disposição. Pensamos que os 250 mil milhões são uma boa estimativa e não temos razão para rever esta estimativa no orçamento", indicou.

Questionado sobre o facto de saber se a administração está pronta para deixar uma grande instituição financeira fechar as portas e se é certo que não serão feitos novos apelos de fundos ao Congresso, o presidente assegurou "faremos o que for necessário para o evitar".

Pressionado com questões sobre a natureza da sua política, o presidente Obama defendeu-se de ser socialista.

"Quando olha o orçamento, a resposta é não", disse.

"É socialista ou liberal?", insistiu o jornalista do New York Times.

"Não me vou lançar nesta discussão", referiu o presidente dos Estados Unidos.

O jornal conta que, visivelmente incomodado pela pergunta, Obama recordou alguns instantes mais tarde: "não foi a minha direcção que começou a comprar partes de bancos".

"O facto de que devemos tomar estas medidas extraordinárias e intervir não é uma indicação da minha preferência ideológica mas uma indicação da amplitude da falta de regulação e dos riscos extravagantes que precipitaram a crise", concluiu.

LMP
Lusa/fim

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