segunda-feira, 30 de março de 2009

Ambiente: Parecer sobre refinaria Balboa

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9496219.html
30 de Março de 2009, 16:01
Lisboa, 30 Mar (Lusa) - O ministro do Ambiente remeteu hoje para "no máximo daqui a duas semanas" a divulgação do parecer da tutela sobre o impacte ambiental que a refinaria Balboa, na Extremadura espanhola, irá ter em território português.

Francisco Nunes Correia falava hoje em Lisboa à margem da cerimónia de assinatura de protocolos de duas medidas de desincentivo do uso do transporte individual, que envolvem a Galp Energia, a Carris e o Governo.

Questionado pelos jornalistas sobre se o parecer já está concluído, Nunes Correia disse que estará pronto dentro de pouco tempo. "Estamos a trabalhar nele. Dentro de, no máximo, duas semanas ele deverá ser conhecido. Em princípios de Abril deverá ser conhecido", disse o ministro.

A 10 de Março, o ministro tinha dito que Portugal iria pronunciar-se até ao fim deste mês sobre os efectivos impactos ambientais. "Portugal irá pronunciar-se sobre este assunto até finais de Março de 2009 e fá-lo-á com toda a competência e objectividade e com base numa análise rigorosa sobre os efectivos impactos que essa refinaria terá em Portugal", garantiu em sede de comissão parlamentar o ministro Nunes Correia.

A 27 de Fevereiro, o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, tinha adiantado que o parecer seria divulgado na primeira quinzena de Março.

A refinaria está projectada para o município de Santos de Maimona, província de Badajoz (Extremadura), a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal, e a sua construção tem suscitado críticas dos dois lados da fronteira, de ambientalistas portugueses e espanhóis, assim como de autarcas alentejanos e investidores turísticos em Alqueva.

Os receios são que a refinaria prejudique o ambiente e a saúde pública, sobretudo com a contaminação do ar e da bacia hidrográfica do rio Guadiana e da albufeira de Alqueva, para onde estão previstos projectos turísticos.

O primeiro-ministro, José Sócrates já sustentou que a refinaria Balboa não deverá ser construída "se puser em causa os valores ambientais" de Alqueva.

O parecer do ministério sobre a refinaria projectada para a fronteira luso-espanhola tem em conta os vários pareceres de outras entidades, incluindo de associações ambientalistas, que foram entregues no âmbito do período de consulta publica que terminou em finais de Fevereiro.
NVI
Lusa/fim

Fundações Calouste Gulbenkian e EDP lançam campanha contra a crise

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9497136.html
30 de Março de 2009, 18:38
Lisboa, 30 Mar (Lusa) - As fundações Calouste Gulbenkian e da EDP e três instituições de solidariedade social apresentam terça-feira uma campanha destinada às famílias atingidas pela crise que não beneficiem de qualquer sistema específico de protecção social.

Em comunicado, a Fundação Calouste Gulbenkian refere que a campanha, designada "País Solidário", "incidirá, nesta fase inicial, nas quatro áreas identificadas como de maior precariedade: Grande Porto, Vales do Ave e do Tâmega, e Península de Setúbal".

Dirigida a famílias "abrangidas pela crise e que não beneficiem de qualquer sistema específico de protecção social", esta campanha terá como objectivo reforçar a "capacidade de intervenção de instituições de solidariedade social que actuam neste domínio - Cáritas, Cruz Vermelha e Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome".

A apresentação da campanha está a agendada para as 17:30, no Museu da Electricidade, em Lisboa, e contará com as presenças dos presidentes das fundações da EDP, Francisco Sánchez, e Calouste Gulbenkian, Emílio Rui Vilar, bem como representantes das entidades promotoras da primeira fase desta iniciativa - Fundações Calouste Gulbenkian, EDP, Millenium BCP e Caixa Geral de Depósitos, BPI, RTP e SIC.

As instituições de solidariedade social Cáritas, Cruz Vermelha e Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome também estarão representadas na apresentação da campanha.
CSJ
Lusa/Fim

Universidades: Pólo do Mar arrancou hoje em Matosinhos com inauguração de incubadora de empresas

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9497356.html
30 de Março de 2009, 19:23

Porto, 30 Mar (Lusa) - A Universidade do Porto deu hoje o "pontapé de saída" do Parque de Ciência e Tecnologias do Mar com a inauguração da incubadora de empresas de base tecnológica, situada junto à Marina de Leixões.
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Segundo Jorge Gonçalves, este espaço com cerca de 3.000 metros quadrados e capacidade para acolher 32 empresas, destina-se "apenas a empresas com ligação ao mar, que necessitem da proximidade para se desenvolver".
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"Queremos que este centro seja uma referência a nível mundial nas ciências do mar", frisou Jorge Gonçalves, admitindo que este pólo possa atrair cerca de 500 investigadores.

"Só assim podemos criar a massa crítica fundamental para termos um centro de nível mundial", acrescentou.

O Pólo do Mar incluirá ainda um parque de acolhimento empresarial, que será construído em Esposade ou S. Gens, também no concelho de Matosinhos, e uma residência para acolher investigadores que se desloquem ao Porto, que deverá ser construída num terreno junto à Avenida da República.
...
FR.
Lusa/fim

Milhares marcham pela mudança em várias cidades europeias

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9490047.html
28 de Março de 2009, 15:53

Londres, 28 Mar (Lusa) - A marcha organizada hoje em Londres antes da Cimeira do G20 de quinta-feira reuniu cerca de 35 mil pessoas segundo a Scotland Yard, número significativamente inferior ao de centenas de milhares previsto pelos organizadores.
...
Manifestações similares estão programadas para os próximos dias em Londres e noutras cidades europeias.

Em Berlim, uma manifestação similar reuniu hoje entre 10 e 15 mil pessoas. A marcha de hoje, denominada "Put people first" (Dêem prioridade às pessoas), foi preparada por mais de 150 organizações com um interesse comum, designadamente "o emprego, a justiça e o clima".

As 150 organizações incluem sindicatos, organizações caritativas, defensores do ambiente, organizações religiosas, grupos de estudantes e militantes pacifistas.
...
"Quando os dirigentes do G20 vierem a Londres levantar-se-ão vozes para a mudança. Vozes que querem uma regulamentação mundial da finança e uma acção contra os paraísos fiscais. Vozes para um novo acordo ecológico. Vozes para um relançamento económico que possa combater o desemprego e a pobreza", adiantou.
MC.
Lusa/Fim

domingo, 29 de março de 2009

Crianças: Portugal terá Plano de Acção para a segurança infantil em Maio

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9486747.html
29 de Março de 2009, 09:40

Lisboa, 29 Mar (Lusa) - O Ministério da Saúde vai apresentar em Maio o Plano de Acção para a Segurança Infantil (PASI), uma estratégia com medidas específicas para reduzir e prevenir traumatismos e lesões não intencionais nas crianças e jovens.
...
Maria do Céu Machado explicou à Lusa que o relatório da Aliança Europeia de Segurança Infantil (ECSA) divulgado em Novembro de 2007 traçava um quadro mau para Portugal, apontando também que não existia, ao nível da tutela, uma instituição que assumisse a coordenação do plano.

O perfil de Portugal foi traçado avaliando seis áreas específicas: acidentes rodoviários (passageiros, peões e condutores), quedas, afogamento, queimaduras, intoxicação e asfixia.
...
Em Maio, adiantou, vai haver novidades neste domínio através de um plano que funcionará de forma articulada e já com acções para o terreno.

"Este vai ser o ano em que vamos ter na prática acções neste domínio", disse.

Esta garantia foi recebida com satisfação pela presidente da APSI, organização que tem vindo a reclamar todos os esforços para prevenir os acidentes com crianças.
...
GC.
Lusa/fim

UMA VERDADE INCONVENIENTE

Para ver em baixa resolução, carregar no título, ou pelo Link:
http://www.guba.com/watch/3000081561

Cidades às escuras - A Hora do Planeta








http://jn.sapo.pt/paginainicial/sociedade/default.aspx

Cidades às escuras
Três mil cidades em todo o mundo, das quais sete portuguesas (Lisboa, Águeda, Tomar, Famalicão, Funchal, Almeirim e Guimarães), ficaram às escuras entre as 20:30 e as 21:30 deste sábado, num alerta para a necessidade de medidas urgentes para combater as alterações climáticas. Veja as fotos em:
http://jn.sapo.pt/multimedia/galeria.aspx?content_id=1184548

Algarve: Mergulhadores retiram do mar 80 quilos de plástico

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=380238

Quarenta e cinco mergulhadores retiraram hoje do fundo do mar, ao largo de Portimão, quase 80 quilogramas de resíduos plásticos, material que vai ser encaminhado para reciclagem, disse à Lusa fonte da iniciativa.
O grupo de mergulhadores que participou na campanha nacional de recolha subaquática de resíduos, mergulhou durante uma hora numa frente com 100 metros de extensão.

A iniciativa, que decorreu hoje de manhã, insere-se na campanha nacional de recolha de resíduos subaquática 'Projectmar', lançada pela empresa de mergulho Divetek, em parceria com a Algar e a Sociedade Ponto Verde.

No local do mergulho, conhecido por 'Parede da Prainha', foi instalado um ecoponto para albergar o material recolhido, que vai ser triado pela Algar, empresa responsável pelo tratamento de resíduos no Algarve.

Os resíduos serão depois devidamente encaminhados para valorização, através da Sociedade Ponto Verde, entidade responsável pela gestão de resíduos de embalagens em Portugal. Segundo Luís Veiga Martins, director-geral da Sociedade Ponto Verde, com esta acção, a área intervencionada «ficou totalmente limpa», pelo que pode dizer-se que houve um contributo «para a melhoria da qualidade desde ecossistema marinho».
Diário Digital / Lusa

sexta-feira, 27 de março de 2009

Lisboa desliga as luzes pelo planeta

(http://noticias.sapo.pt/info/artigo/986491.html)
27 de Março de 2009, 11:44

Quando o relógio bater as 20H30 do dia 28 de Março os geradores a diesel das ilhas Chatham, na Nova Zelândia, vão ser desligados, marcando o início de um movimento comunitário à escala mundial: a Hora do Planeta 2009. Quem quiser participar neste momento simbólico só tem de desligar o interruptor.

Em Lisboa, o Cristo-Rei assim como a Ponte 25 de Abril, o Palácio de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, o Padrão das Descobertas, o Castelo de São Jorge, os Paços do Concelho e o Museu da Electricidade vão ficar apenas iluminados pela luz das estrelas. O Centro Cultural de Belém (CCB) vai desligar as luzes durante 15 minutos. O Ikea vai desligar as luzes exteriores durante uma hora e a Coca-Cola irá apagar todos os outdoors entre as 20h30 e as 21h30.

Em Tomar vão ficar às escuras o Convento de Cristo, a Ponte do Flecheiro, a Igreja da Nossa Senhora da Conceição e o edifício da Câmara Municipal. Em Águeda, para além dos Paços do Concelho, o desligar das luzes estende-se às Piscinas Municipais, ao Mercado Municipal e ao Fórum Municipal da Juventude. Mosteiro de Landim, Casa das Artes, Museu Bernardino Machado e Casa de Camilo são os monumentos aderentes em Vila Nova de Famalicão.

A iniciativa Hora do Planeta pretende fomentar a sensibilidade mundial sobre o futuro do Planeta e a incentivar à realização de outras pequenas acções que podem marcar uma grande diferença, como por exemplo: usar lâmpadas de baixo consumo, desligar o ar-condicionado e preparar uma festa ou jantar à luz de velas com amigos e família.

A WWF, entidade responsável pela iniciativa, pretende que esta acção simbólica seja mobilizadora, a nível individual, de uma mudança de hábitos e de uma tomada de consciência permanente de que é necessário travar o aquecimento global. A nível mundial, pretende ser uma chamada de atenção aos Governos para que assumam a sua responsabilidade na criação e manutenção de políticas mitigadoras das alterações climáticas.

Dicas para reduzir o consumo de energia e combater as alterações climáticas:

Em casa:

- Use a máquina de lavar roupa na capacidade máxima, optando pela lavagem em água fria. Poupará energia e a roupa durará mais tempo;

- Prefira lâmpadas de baixo consumo. Estas utilizam menos 80% de energia e duram até oito vezes mais que as lâmpadas comuns.

- Na altura de comprar um electrodoméstico, certifique-se do nível de energia e água que despende, optando por electrodomésticos classificados com a Categoria A;

- Descongele o congelador antes que a camada de gelo atinja mais de 3 mm de espessura: conseguirá atingir poupanças energéticas até 30%. Ajuste o termóstato do frigorífico a uma temperatura de 6ºC e do congelador a 18ºC;

- Sempre que escove os dentes ou se ensaboe no duche, feche a torneira.

No trabalho:

- Desligue o monitor do computador durante a pausa para refeição. Poderá programar para que se desligue automaticamente (basta que procure esta facilidade nas opções de protecção de ecrã). Não deixe o equipamento ligado no final de cada dia de trabalho;

- Utilize equipamentos de baixo consumo energético;

- Apague as luzes ao sair do escritório. Não acenda luzes que não são necessárias, procure aproveitar a luz natural o máximo possível;

- Recicle e reutilize o papel. Procure imprimir e fotocopiar em ambos os lados das folhas.

Nas deslocações:

- Prefira a bicicleta. Não só fará mais exercício, como ajudará na redução das emissões de Dióxido de Carbono. Opte pelo uso de transportes públicos em vez do seu automóvel, sempre que possível;

- Partilhe o seu transporte com familiares, amigos ou vizinhos, se o automóvel tiver mesmo de ser o seu meio de deslocação de eleição;

- Desligue o motor sempre que estiver parado por mais de 30 segundos;

- Verifique a pressão dos pneus, já que uma diferença, mesmo que mínima, quanto aos valores da pressão correcta pode significar um aumento de combustível na ordem dos 5%

Atitudes menos consumistas:

- Recicle, reutilize e repare. Acções deste tipo reduzem o consumo e, por conseguinte, a produção de CO2 proveniente da produção industrial;

- Partilhe as subscrições de revistas e jornais com amigos e familiares. Depois de lê-los, utilize-os para limpar espelhos ou recicle-os;

- Quando for ao supermercado, leve os seus próprios sacos e eleja verduras e frutas sem invólucros plásticos, vidro ou papel, de preferência de produção local.
Rita Afonso@ e WWF



http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1184427
JN: 3 mil cidades no mundo apagam a luz por 1 hora

Três mil cidades em todo o mundo, das quais sete portuguesas, deverão ficar às escuras entre as 20:30 e as 21:30 deste sábado, num alerta para a necessidade de medidas urgentes para combater as alterações climáticas.

A responsável pela comunicação da WWF-Portugal, Ângela Morgado, explicou que a acção é "simbólica e pretende alertar as pessoas para a necessidade de, na sua vida quotidiana, pensarem na pressão que exercem sobre o planeta, e reduzirem a sua 'pegada' ecológica".

À iniciativa mundial deste ano aderiram 3.000 cidades de 81 países, o que, segundo estimativas da WWF, vai levar mil milhões de pessoas no mundo a apagarem as luzes durante uma hora.

Em Portugal, onde aderiram as cidades de Lisboa, Tomar, Águeda, Vila Nova de Famalicão, Funchal, Almeirim e Guimarães, a organização estima a adesão de 500 mil pessoas.

É a primeira vez que Portugal se junta à Hora do Planeta, no terceiro ano da iniciativa, que se iniciou em 2007 em Sidney, Austrália.

A mensagem ambiental pode, porém, ser "perturbadora da segurança da rede" e "provocar instabilidade de transporte da energia eléctrica a nível europeu", alertou o presidente da empresa que gere as redes de transporte de electricidade em Portugal (REN).

José Penedos disse que "teoricamente, se houver uma grande adesão, poderá haver alguma perturbação da rede" em Portugal, mas ressalvou que a empresa "está preparada".

A organização garante não ter sido alertada para eventuais problemas e quando a iniciativa foi lançada "houve um contacto com a EDP", que garantiu que "haveria um ajuste de rede" e que o consumo menor na noite da acção "seria controlado".

quinta-feira, 26 de março de 2009

HORA DO PLANETA

(http://opensoft.cm-lisboa.pt/phplist/Search/view.php?page_id=470&list_id=3&admin_id=3)
"Desligue as luzes por 60 minutos e participe nesta acção mundial para salvar o Planeta.
No dia 31 de Março de 2007, em Sydney (Austrália), às 20:30, 2 milhões de cidadãos desligaram as luzes por uma hora e começaram um protesto unificado no combate ao aquecimento global: “Hora do Planeta - Hora para o nosso planeta”. Um ano depois, no dia 29 de Março, as luzes foram desligadas por mais de 50 milhões de pessoas em 375 cidades à volta do mundo.
Este ano, Lisboa vai unir-se a centenas de outras cidades na batalha para salvar o nosso planeta.No dia 28 de Março, pelas 20h30, realizar-se-á um simbólico "apagão" de alguns monumentos emblemáticos da cidade de Lisboa."

Museu dos coches / Futebol: CONTRADIÇÃO, ou nem por isso???




1.Para grande alegria nossa: “A Câmara de Lisboa aprovou hoje uma moção que recomenda aos clubes de futebol da capital a realização de jogos de futebol de dia, evitando o consumo de energia das partidas nocturnas.” ...” recomenda aos clubes "que sejam tomadas as providências necessárias para a realização dos respectivos jogos de futebol durante o dia, contribuindo com esta medida para a redução do consumo de energia eléctrica e, simultaneamente para a sensibilização de toda a população".
...”A iniciativa surgiu a propósito do evento mundial "Hora do Planeta", que se realiza sábado, em que Lisboa se associa pela primeira vez a 742 outras cidades de 75 países, "apagando as luzes" durante uma hora.
Locais como o Palácio de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Padrão das Descobertas, Ponte 25 de Abril e o Castelo de São Jorge vão ficar às escuras durante uma hora no sábado, no âmbito deste evento que começou há três anos na cidade australiana de Sidnei.”
(http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9479190.html)

2.Venham agora explicar porque é que:
a) Nestes termos, os nossos políticos demonstram um nivel de conhecimento ambiental consentâneo com uma atitude mundial actual, interventiva e adequada, sensibilizadora da população. MUITO BEM.
b) Quando à palermice do novo edifício para o museu dos coches, querem:
- Rebentar com uma união coches/antigo picadeiro (que devia ser património mundial), de reduzidas dimensões, baixo custo de utilização e manutenção (se comparado com a escala do novo empreendimento), elevado coeficiente de utilização, etc, tendo aqui uma atitude retrógrada de mais de 40 anos.
-Investir, nesta data, os previstos trinta e tal milhões de euros, que serão no final mais de setenta milhões, como já nos habituaram, num dispendio energético brutal, se comparado com o proveito e a necessidade do dito “pirolito”.
-Criar um grande edifício, com escala e custos de utilização exponencialmente superiores ao actual em quase todos os aspectos. Ainda por cima um edifício sem quaisquer características de defesa ambiental, do que devia e merecia ser um exemplo, mas que virá a ser mais um monstro do consumo!!! Isto não é o que deviamos andar já a demolir por todo o país???

3.Será porque os nossos políticos nunca ouviram falar de relação custo/benefício? Em racionalização de custos? Em organização e rentabilidade para não desperdiçar energia e poupar ao meio ambiente – não é apenas poupar com a classificação energética do edifício – é mesmo racionalizar o aproveitamento dos espaços – isto é poupar o meio ambiente – não desperdiçar, diminuindo assim a nossa pegada ecológica ao indispensável, já que, nos termos actuais, é sempre excessiva!

4.Aqui já não se faz aculturação como agora no caso do futebol diurno?-TUDO ISTO É EFECTIVAMENTE CONTRADITÓRIO!!!...

5.Ora, se nós sabemos que os nossos políticos são tudo menos estúpidos (podem ser sabidos, mas estúpidos é que não), é porque há outra explicação...

6.Há quem diga que a falta de esperteza e de actualidade dos nossos políticos, neste caso do museu dos coches, se deverá então a uma cegueira intencional. Algo que não interessa ver, porque poderão ser conseguidas outras mais valias na promoção do dito empreendimento, estando já algo adiantado, e não interessando aos intervenientes fazer parar.

7.Não parece assim de bom decoro, para todos nós, estarmos aqui com paninhos quentes, a corroborar este tipo de atitudes.

8.Se está provado que este empreendimento é um atentado cultural, e ainda mais que isso, que é um atentado ambiental, despesista, energeticamente desastroso, etc... E ainda por cima, os nossos políticos dão-nos provas de que, afinal, estão mesmo com o meio ambiente: querem poupar energia, até nos campos de futebol...

9.Alguém tem que explicar isto muito bem ao povo... tintim por tintim... ou vamos conseguir ter o povo na frente das máquinas.

10. Mais: Para quem leu agora a revista exame, o endividamento do país, resultado em boa parte de alguns investimentos desmesurados, a partir de 2014, vai obrigar os portugueses a pagar encargos relativos a esses investimentos que, a ser distribuidos equitativamente, custarão a cada um de nós pelo menos três mil e quinhentos euros (3.500,00€)!!!

11.Está tudo tolo ou quê? Se só sabem esbanjar... rua com eles o mais cedo possível. Porque isto vai acabar mal, e aí vai ser ainda pior – bancarrota!!!

12.É errado retirar o local e a escala actual do museu dos coches (em equipa que está a ganhar não se mexe, como diz o povo, e é o caso).

13.A este museu é necessária só a reabilitação e manutenção; seja ao edificío, sejam os coches. E seria bom conseguir instalações para o apoio logístico dos trabalhos de reparação dos coches. Não falta património público em Lisboa onde tal possa ser colocado (mas que preferem vender a alguns privados, para hotéis de luxo, etc.). Locais esses que poderiam ser reabilitados, e ser também um complemento turístico e cultural válido, com esta utilização. Ou fazer-se uma pequena ampliação, que podia ficar no local previsto para este novo museu. Mas seria apenas um apêndice complementar do museu actual, que se manteria (o núcleo de Vila Viçosa está lá muito bem).
E ser sempre uma intervenção de custos reduzidos; ter parâmatros meritórios para este período que atravessamos, no âmbito da cultura arquitectónica, cultural e científica actual. Que só pode acrescentar outros objectivos ao programa do projecto, depois de se enquadrarem e ultrapassarem as premissas ambientais.
Que já não são meras especulações: são uma realidade que sentimos todos os dias: o clima está a ficar caótico – as implicações começam a ser de tal forma na vivência urbana e social que não deixam indiferentes as populações (até já os nossos políticos ponderam isso quanto ao futebol!).
Mas alguns arquitectos continuam estupidamente quadrados, ao desenvolver apenas conceitos já ultrapassados.
Tiveram o seu tempo, o que é muito meritório, mas agora NÃO PODE SER!

14.Para os que vivem ainda numa atitude de projectar arquitectura, onde não conseguem abdicar dos preciosismos despesistas a que se vulgarizaram, deixo-lhes uma pequena história para darem aos filhos, aos miúdos, que têm mais sentimentos que eles.
http://lucianoanaluisacolibri.blogspot.com/2009/03/enviar-todas-as-criancas-o-luciano-ana.html
2009.03.25 Ferreira arq.



COMENTÁRIO ao Artigo de José Manuel Fernandes no "cidadanialx":
http://cidadanialx.blogspot.com/2009/03/comentarios-carta-aberta-da-pp-cult-aos.html

A dialéctica de alguns parece ser um pouco do tipo "Deixai-os cantar, que vamos fazer a nossa obra, conforme nos apetecer, e gastamos o que fôr preciso!"
Ainda bem que que o Arq. José Manuel Fernandes se demarca publicamente desse tipo de atitudes, com toda a elevação que sempre teve. Parabéns pela sua ética.

Conforme o comentário anterior, um período de consulta pública adequado, é imprescindível em todo o tipo de obras públicas com alguma escala, mas principalmente nesta. E é o que o conceito legislativo prevê.
E só o resultado dessa participação deve permitir avançar com um projecto, acabando com estas dietribes que levam à possibilidade de alguém querer dar como facto consumado de uma obra, aquilo que ainda é só um projecto.

Acabem com as brincadeiras!

Nunca se avança para uma obra, se ela é cara, não serve o propósito, não é precisa, etc., lá porque já está pronto o projecto!!!
Isto é arquitectura, não é escultura.

Andam aí aqueles que usam a arquitectura nos termos em que se faz escultura; não olham a meios para consumar as suas "formas".
Continuam sem a noção de custos económicos e ambientais que essas "coisas" têm. Não querem saber de custos de manutenção, nem de quem os vai assumir; e muito menos se é da pele do povo que vão sair.
Fazer bonito não é fácil, e eles conseguem-no. Mas isso agora não chega, e já nem serve só por si.

Há uma dívida para com o meio ambiente que se agrava todos os dias de tal modo, que é o caminho certo para o abismo.
Só não pára quem tiver interesses pessoais a defender, que não os colectivos.

Parem com esta anedota.

Repensem e criem a intervenção urbana à escala da sua necessidade. NÃO É DE 15.000,00m2 de área nova construida alí!!!
Essa área em reabilitação de património pela cidade... seria ouro sobre azul!

A vitalidade do espaço exterior devidamente tratado naquela zona...
iria fazer muito pelos cidadãos!
E mantinhamos o museu dos coches, mais coisa menos coisa.

Não é um facto consumado, uma obra que não foi ainda construida.
Repensem os parâmetros, pois estão errados. Estão mais do que ultrapassados no tempo, são demasiado dispendiosos, e são o pior exemplo num período que é impreterível fazer aculturação, a todo o povo, pelo respeito ambiental.

Mas é mesmo preciso é começar por nós, os arquitectos! e levar connosco os políticos, que, pelo que se vê, ainda lá chegam primeiro (já decidiram tentar diminuir os jogos de futebol à noite!)...

2009.03.26 Ferreira arq.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O LUCIANO, A ANA LUÍSA E O COLIBRI

http://lucianoanaluisacolibri.blogspot.com/2009/03/enviar-todas-as-criancas-o-luciano-ana.html

Fotos de desenhos originais do Mestre Orlando Pompeu



Luciano sentiu bicar na janela.
Foi ver quem era.
Era um passarinho.
Um colibri muito triste.
E, em voz alta, o Luciano questionou porque estaria tão triste aquele colibri, que não saía dali.
A Ana Luísa, que ouvira o comentário do irmão, e que também se entristeceu, referiu:
É porque não tem papinha para comer, tem fominha.



O Luciano abriu a janela ao colibri, para o quentinho do quarto.
Pegaram numas migalhinhas de pão e ele depenicou nas suas mãos.
Mas continuou triste.
Foram então os dois perguntar aos pais porque é que o colibri estaria tão triste.
E o pai disse que podia não ser coisa simples.
Podia não ser apenas fome, ou frio, ou mesmo apenas uma doença.
E esclareceu:



Temos alterado o meio ambiente.
Utilizamos e retiramos as plantas e animais dos seus locais originais.
Quando as plantas são retiradas do seu local, toda a vida animal que coexistia à sua volta fica desfasada e por sua vez vai tentar procurar outros locais.
Altera os seus hábitos e pode perder a vitalidade que lhe era inata. Muitas vezes perde mesmo a razão de ser, e condições para existir.
Muitos animais não sobrevivem às alterações, pois encontravam-se adaptados ao meio onde evoluíram durante milhares de anos.
Alterações bruscas como as que temos provocado actualmente no meio ambiente, têm efeitos catastróficos para animais e plantas que se haviam adaptado a esses meios e que se mantiveram estáveis durante milénios.
A procura de sobrevivência desses animais acaba por trazê-los para zonas que nada têm que ver com eles, para as quais não estão adaptados e não conseguem sobreviver.



Não faço ideia como esse colibri conseguiu chegar aqui...
Deve andar perdido, com fome e afastado dos seus e do seu local de origem... só pode andar mesmo muito triste.
Faltam-lhe as plantas onde crescem as flores de campainha, das quais bebe o precioso néctar e se alimenta, parando no ar. É uma característica que mais nenhuma outra espécie de pássaros tem. Os colibris são de facto campeões no equilíbrio, a voar.
Como pode um campeão destes acabar assim tão triste?
É de facto o resultado da intervenção dos seres humanos na natureza, no habitat de todas as outras espécies.

Papá – referiram as crianças – temos que fazer alguma coisa. Não podemos deixar morrer o colibri!



Filhos, todos nós, com a nossa forma de viver, temos criado um problema bem maior que a sobrevivência deste colibri.
Está em causa a sobrevivência de muitas espécies, na forma de vida a que se adaptaram desde sempre.
Com todas estas alterações, os adultos ainda não perceberam que é a sobrevivência de todos que está em causa.
Em pouco mais de cem anos, conseguiu-se destruir tanta coisa. Mas principalmente foram criadas condições ambientais para descontrolar o clima, a qualidade do ar e da água, de tal forma que se coloca em causa a manutenção da forma de viver tal como a conhecemos.

As emissões de dióxido de carbono, pela queima de combustíveis fósseis, provocaram um aumento global das temperaturas; isso está a provocar o degelo dos glaciares, que originam alterações nas correntes marítimas e nos ventos, nas chuvas. Ou seja: o clima nos continentes está a sofrer grandes alterações: Já não temos sol e chuva com a regularidade que antes tínhamos.
Com o degelo, o nível do mar também está a subir, levantando enormes problemas nas zonas costeiras, que são as mais habitadas.
A poluição das águas pelos detritos criados pelos homens tem também causas nefastas, aumentando-se a salinidade das águas, e provocando a morte da base da cadeia alimentar: o plâncton está a diminuir significativamente, pondo em causa inúmeras espécies. É uma alteração gravíssima nos mares, com consequências incalculáveis.

Papá: e porquê?


Ficou sem palavras o papá. Percebeu que o Luciano e a Ana Luísa tinham acabado de entender que os adultos fazem muitas coisas erradas.



Pois é, filhos. Os adultos não pensam no futuro de todos. São individualistas. São por vezes egoístas e comprometem o seu futuro e o dos descendentes. Dão cabo da natureza, que é o bem mais precioso que temos. Era bem melhor que os adultos tivessem continuado a ser sempre crianças.

E o Luciano e a Ana Luísa decidiram que iam tentar saber o que tinha acontecido, para que o colibri ali viesse parar tão triste.
E que queriam ser sempre crianças, pois não iriam fazer o que fazem os adultos, ao comprometer o destino dos seres vivos, das plantas e dos animais.

Resolveram então que:

Iriam ser elas, as crianças, a mudar a mentalidade dos adultos, que são egoístas e teimosos.Não podia ser de outra forma, conforme transparecia a tristeza daquele colibri.

Iriam fazer reparo aos adultos em todas as coisas erradas que fazem, para que as crianças de hoje ainda tivessem a natureza para ver, para usufruir e não um futuro totalmente comprometido.



Para isso, decidiram comunicar com todas as crianças conhecidas para que, entre todos, possam mostrar aos adultos que devem manter os sentimentos de quando eram meninos.

Que devemos ter amor pela natureza e respeitá-la, para que ela nos respeite a todos.
Que é o oposto do que se anda a fazer.
Na natureza, sem as plantas e sem os animais, não há futuro.

E como é que os adultos não percebem isto?
Até parece que não querem saber de si, nem dos seus filhos!



Foi então que o colibri voou pausadamente para a árvore em frente. Parecia mesmo compreender que as duas crianças o tinham entendido e iam também ajudar a natureza a retomar o seu rumo.

2009.03.23
Do Luciano e da Ana Luísa.
A reenviar a todas as crianças, pela defesa do meio ambiente.

domingo, 22 de março de 2009

Brasil: Discussão internacional sobre mudanças climáticas "está uma confusão"

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9461454.html
Carlos Minc - 21 de Março de 2009

Rio de Janeiro, 20 Mar (Lusa) - A discussão internacional sobre mudanças climáticas "está uma confusão", segundo afirmou hoje o ministro brasileiro do Meio Ambiente, advogando que o seu país pode ser uma "ponte" para ultrapassar as divergências mundiais.

Para Carlos Minc, o mundo está a viver um "apartheid climático" onde há uma grande diferença de posições entre os países desenvolvidos no que toca a mudanças climáticas.

"Há um apartheid climático, em que o Brasil pode e deve fazer um papel de ponte", defendeu Carlos Minc, para quem o seu país pode desempenhar um papel protagonista entre os estados ricos e em desenvolvimento, "dando um salto" e superando essa separação.

"A China, em Julho, será a maior emissora [de CO2] do planeta e está a resistir a assumir metas", exemplificou.

Segundo Minc, há uma grande diferença de posições entre os países ricos "que querem que os países em desenvolvimento assumam metas mas, por outro lado, eles próprios ainda não estão a cumprir as metas que estabeleceram para Quioto até 2012".

Minc esteve reunido no Rio de Janeiro com especialistas da área ambiental para debater a implantação do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas, lançado em Dezembro de 2008.

Entre as metas mais ambiciosas está prevista a redução dos índices de desflorestação em 70 por cento até 2018, o que equivale a deixar de emitir para a atmosfera 4,8 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono.

Este esforço brasileiro de evitar a emissão de carbono representa mais do que foi previsto na primeira fase do Protocolo de Quito para as nações desenvolvidas.

O Plano foi elogiado ao ser apresentado à comunidade internacional na Conferência de Poznan, na Polónia, em Dezembro, sobre alterações climáticas.

"Houve uma mudança da comunidade internacional em relação ao Brasil que passou a ser protagonista com uma posição de defesa das florestas e de redução das emissões", realçou Minc ao referir que, em Março de 2010, será feita a primeira actualização do Plano.

O Brasil, acrescentou, "era o patinho feio que apanhava nos foros internacionais mas, em Dezembro, pela primeira vez, a posição brasileira foi saudada".

Um grande desafio, segundo o ministro, é o sector energético, embora o Brasil tenha uma matriz considerada limpa e renovável. "Nos últimos anos ela está a ficar mais suja por causa das centrais térmicas a óleo e a carvão", comentou.

Para compensar este problema, a partir de Abril, todas as centrais serão obrigadas a compensar as suas emissões da carbono.

Além disso, o Brasil está um "desastre ecológico em matéria de energia eólica", considerou.

A energia eólica, juntamente com a solar e a biomassa, as consideradas "fontes verdes de energia", não totaliza três por cento do sistema energético brasileiro que é movido a base da hidro-eletricidade.

Carlos Minc adiantou que será lançado em Abril o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, o que ele chamou de "IPCC Brasil", pois teria os mesmos moldes do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas.

O painel reunirá 300 cientistas da área de meio ambiente e deverá "ligar-se permanentemente" com o painel internacional.

Para angariar recursos para aplicar em programas de combate às mudanças climáticas e de redução da emissão de carbono, o governo brasileiro já apresentou um projecto para criar o Fundo Clima.

O projecto que está actualmente em tramitação no Congresso brasileiro será bastante similar ao já criado Fundo Amazónia para financiar programas de desenvolvimento sustentável e na conservação da biodiversidade da floresta.

Inicialmente, a expectativa é que o Fundo Clima seja dotado com 900 milhões de dólares (664 milhões de euros) recebendo também 10 por cento do lucro da participação especial do petróleo.

FO.
Lusa/Fim

Porto: Fundo para o património pode estar "no terreno" até 30 de Junho

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9461580.html
21 de Março de 2009, 00:54

Porto, 21 Jun (Lusa) - O Governo anunciou sexta-feira a criação de um fundo de salvaguarda do património, dotado com "cinco milhões de euros à partida" e que poderá estar "no terreno até 30 de Junho".

Em declarações à Agência Lusa no Porto, o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, disse que o fundo contará também com uma "parte" das receitas provenientes da "utilização onerosa do património público".

O fundo contempla ainda o envolvimento de um conjunto de empresas de obras públicas para que, "através de donativos em obras, possam concorrer com o Estado para essa recuperação.

Segundo Pinto Ribeiro, outras empresas públicas poderão intervir, "para que ninguém se sinta excluído e possa participar neste desígnio de interesse nacional de recuperação do património".

Também esta semana, o Governo aprovou um segundo decreto-lei regulamentar sobre património, "que visa tornar mais certo e transparente" todo o processo de autorização de intervenções e obras em edifícios classificados.

A natureza deste diploma decorre "da necessidade de se fazer um relatório sobre os edifícios em que se quer fazer a intervenção", indicou Pinto Ribeiro.

O ministro especificou que, quando uma entidade recusar uma autorização tem de explicar porquê e, simultaneamente, "apresentar uma solução alternativa para se poder restaurar e requalificar o edifício".

Este diploma permite também a intervenção de pessoas que, não tendo habilitações académicas específicas, possuem "um conhecimento decorrente de uma longa pratica certificada neste domínio".

Pinto Ribeiro mencionou ainda a aprovação pelo Governo de um terceiro diploma sobre património imaterial, como tradições, práticas culturais e outros serviços, cujo objectivo é a "regulamentação de uma convenção da UNESCO de 2003.

"Estamos a fazer com que haja um mecanismo de simplificação para fazer a inventariação e classificação desse património imaterial".

Este diploma dá grande iniciativa às comunidades e associações, para que elas possam canalizar esses saberes que muitas vezes não são conhecidos e que se querem preservar como património cultural", permitindo assim a sua candidatura a uma lista da UNESCO para o efeito de preservação e defesa do património.

AYM/TM.
Lusa/FIM

Climatólogo da Nasa propõe banir o carvão e critica a meta alongada de Obama


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A humanidade está permitindo cozinhar a si própria. Ela continua queimando combustíveis fósseis, o que levará a uma situação sem controle para os nossos filhos e para os nossos netos.
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Ficou claro que havia uma lacuna entre o que era sabido pela comunidade científica e o que era entendido pelo público e pelas autoridades. Outra coisa que percebi, no contato que tive com a administração Bush – fui convidado duas vezes a conversar com o vice-presidente Dick Cheney – era que as descobertas sobre o clima não estavam tendo efeito na política ambiental. Aí decidi que precisava falar. Não queria que meus netos um dia dissessem: “Meu avó entendeu a gravidade do problema, mas não conseguiu passar a mensagem”.

– O ano de 2008 foi especialmente frio, e isso fez com que alguns céticos afirmassem que o aquecimento global é uma mentira. Qual o seu palpite para a temperatura destes próximos anos?

Acho que este ano e o próximo serão provavelmente os mais quentes já registrados. Nós estamos entrando em um período de El Niño. Ele será mais ameno que o de 1998, mas agora temos mais carbono na atmosfera, o que é diferente.

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– O sr. concorda com a visão que está em negociação na ONU de que 2015 deverá ser o momento em que as emissões globais de carbono devem atingir o seu pico?

Prefiro acreditar que o pico das emissões tenha sido 2007 ou 2008, porque agora é provável que as emissões caiam. Deveríamos ver a crise econômica como uma oportunidade de usar a energia de forma mais eficiente e começar a introduzir as energias alternativas. Esse é o momento onde podemos taxar o carbono, porque os combustíveis fósseis estão baratos. Isso é o que precisamos fazer para retornar às concentrações de gases de efeito estufa como as do século 20. Precisaremos fechar todas as usinas a carvão nos próximos 20 anos. Isso é 80% da solução e fará com que as curvas de emissão caiam muito rápido.

– Isso permitiria que a temperatura subisse menos de 2oC, como muitos cientistas têm pedido?

Poderíamos ter uma aumento na temperatura global de 1,7oC. Mas com isso nós já perderíamos todo o gelo no oceano Ártico. Perderíamos todos os glaciares de montanhas, que fornecem água para milhões de pessoas.
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Ler artigo completo em (carregar no título):
http://www.ecodebate.com.br/2009/03/17/climatologo-da-nasa-propoe-banir-o-carvao-e-critica-a-meta-alongada-de-obama/

Pressão alta também atinge os adolescentes, sobretudo os acima do peso



http://www.ecodebate.com.br/2009/03/17/pressao-alta-tambem-atinge-os-adolescentes-sobretudo-os-acima-do-peso/
Os autores esperam que, com a divulgação dos resultados junto aos professores, estes se tornem mais engajados e coloquem a promoção da saúde dos alunos dentro das rotinas escolares (Foto: Felipe Gomes)

Ser do sexo masculino, apresentar obesidade ou sobrepeso e não praticar atividades físicas: estes três fatores estão associados à ocorrência de hipertensão arterial sistêmica, mais conhecida como pressão alta, entre adolescentes e jovens. É o que revela uma pesquisa que envolveu alunos de 14 a 20 anos matriculados em escolas públicas de ensino médio da Região Metropolitana do Recife. Dos mais de 1,8 mil alunos pesquisados, 17,3% apresentaram pressão arterial elevada, um percentual maior do que os encontrados em estudos nacionais e internacionais, nos quais a prevalência variou de 1% a 13%. Assinado pelos pesquisadores Betânia da Mata Ribeiro Gomes, da Universidade de Pernambuco, e João Guilherme Bezerra Alves, do Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira, ambos no Recife, o trabalho acaba de ser publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz.

Nas Américas, estima-se que 140 milhões de pessoas tenham hipertensão, mas metade delas não sabe que apresenta a doença, pois não exibe sintomas nem utiliza serviços de saúde. Entre as que se descobrem hipertensas, 30% não fazem tratamento por falta de motivação ou de recursos. “Embora a maior parte dos diagnósticos de hipertensão arterial sistêmica seja firmada em pacientes com idade avançada, a síndrome pode ter seu início na infância”, destacam os autores no artigo. “É importante o rastreamento de crianças e adolescentes com risco aumentado de se tornarem adultos hipertensos, para que sejam adotadas medidas preventivas em idade precoce, reduzindo os riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular encefálico”, completam.

De acordo com os resultados do trabalho, estudantes com sobrepeso tinham duas vezes mais risco de apresentar pressão alta do que aqueles com peso normal. Já para alunos obesos, o risco chegava a ser quatro vezes maior. “Esses dados comprovaram que, desde a adolescência, o sobrepeso e a obesidade desempenham um papel deletério para o sistema cardiovascular”, dizem os autores. Os pesquisadores também observaram que a prevalência de hipertensão era maior entre os alunos que não comiam frutas, mas a diferença não foi estatisticamente significativa.

Betânia e João Guilherme esperam que, com a divulgação de seus resultados junto aos professores, estes se tornem mais engajados e coloquem a promoção da saúde dos alunos dentro das rotinas escolares. “Dessa forma, a grande campanha de recuperação e manutenção da saúde dos adolescentes será feita naturalmente, sem programas pontuais, cujos efeitos são efêmeros”, argumentam. Os dois autores também acreditam que a pesquisa poderá subsidiar mudanças como a oferta de merenda escolar mais balanceada, o incentivo a práticas esportivas como atividades extracurriculares e a inclusão da hipertensão entre os temas debatidos em sala de aula.

Matéria de Fernanda Marques, da Agência Fiocruz de Notícias.

Aquecimento global ameaça a cadeia alimentar na Antártida

http://www.ecodebate.com.br/2009/03/17/aquecimento-global-ameaca-a-cadeia-alimentar-na-antartida/
[Por Henrique Cortez, do Ecodebate] O clima está mudando rapidamente na península Antártica, ameaçando a ‘produtividade’ biológica da área, impactando a cadeia alimentar e levando as populações de pinguins e outros animais ao declínio.

Esta é a conclusão do estudo “Recent Changes in Phytoplankton Communities Associated with Rapid Regional Climate Change Along the Western Antarctic Peninsula“, publicado na revista Science.

A temperatura na Antártida ocidental aumentou em 2,5 ° C nos últimos 30, o maior aquecimento do planeta, reduzindo sua cobertura de gelo, modificando o clima e o oceano ao redor do continente.

Os pesquisadores identificaram que as populações de pinguins e de krill foram reduzidas e migraram para novas regiões mais ao sul.

Os dados analisados e discutidos no artigo demonstram que as populações de fitoplâncton, na Antártida ocidental, declinaram 12% nos últimos 30 anos e isto pode ter abalado a cadeia alimentar.

O fitoplâncton é de fundamental importância nos ecossistemas marinhos, tendo em vista estar na base da cadeia alimentar. Sua redução interfere com o equilíbrio dinâmico da cadeia, ameaçando a alimentação de animais maiores.

Além do mais, o fitoplâncton, pela sua capacidade fotossintética, é responsável pela maior parte da produção de oxigênio do planeta e, por consequência, pela absorção de CO2.

A destruição das florestas tropicais estão no centro das atenções dos debates climáticos, mas os ecossistemas marinhos estão sendo destruídos em uma escala ‘apocalíptica’ e está é uma grande ameaça a toda a vida no planeta.

Total degelo da Groenlândia até 2200 é uma possibilidade



http://www.ecodebate.com.br/2009/03/18/pesquisadores-temem-o-total-degelo-da-groenlandia-ate-2200/
Uma drástica mudança climática como o degelo da Groenlândia ou a morte da Amazônia tem mais de 50 por cento de probabilidade de ocorrer até o ano 2200, caso seja registrado um forte aquecimento global, de acordo com cientistas.

A pesquisa [Imprecise probability assessment of tipping points in the climate system], que ouviu 52 especialistas, examina cenários cem anos além da maioria das previsões, e também revela temores de que um aquecimento de longo prazo desencadeie mudanças radicais, como a desintegração da camada de gelo do oeste da Antártida, elevando o nível global dos mares. Matéria de Alister Doyle, da Agência Reuters, com informações complementares do EcoDebate.

“Há preocupação com os riscos de enormes mudanças no sistema climático”, disse Elmar Kriegler, do Instituto Potsdam para a Pesquisa do Impacto Climático, principal autor do estudo divulgado na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences.

Grandes mudanças, ou “pontos de virada”, podem incluir também a desaceleração da corrente quente do Golfo do México, que atualmente mantém a Europa aquecida. Esses fatos em geral são considerados improváveis ou alarmistas.

Mas a pesquisa divulgada na noite de segunda-feira mostra que importantes especialistas, quando consultados, admitem que há uma chance em seis de que pelo menos um desses incidentes tenha lugar por causa de um aumento moderado da temperatura, entre 2 e 4 graus Celsius, entre 2000 e 2200.

Mas, se a elevação for de 4 a 8 graus Celsius, as chances da ocorrência de pelo menos um “ponto de virada” atingiria 56 por cento.

“O estudo mostra que alguns desses eventos não são considerados de baixa probabilidade”, disse Kriegler à Reuters.

Ele disse que a pesquisa, que envolveu também colegas da Alemanha e Grã-Bretanha, é importante para as autoridades porque qualquer das mudanças climáticas avaliadas teria profundo impacto econômico.

“Os resultados da pesquisa fornecem mais provas da necessidade de uma proteção climática ambiciosa a fim de minimizar os riscos de consequências abrangentes para todo o nosso planeta”, disse em nota Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto Potsdam e um dos autores.

O mais provável dos cinco incidentes climáticos até 2200 seria um longo degelo da Groenlândia, que deixaria a ilha praticamente sem gelo. A Groenlândia contém água suficiente para elevar o nível do mar do mundo todo em 7 metros, caso todo o gelo derreta.

O segundo evento mais provável seria o desaparecimento de enormes pedaços da Amazônia, resultado do clima mais seco, e em seguida o início da desintegração da camada antártica de gelo, o que poderia elevar o nível dos mares em 5 metros.

Os outros dois eventos citados –mas considerados menos prováveis– são o colapso do sistema de correntes do Atlântico, o que inclui a Corrente do Golfo, e a perpetuação do fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Pacífico).

Estudos indicam que o degelo da Antártida se aproxima de nível crítico



Camada de gelo pode se peder caso haja um aumento mesmo que ligeiro nas concentrações de gases estufa

Grande parte da camada de gelo da Antártida Ocidental pode se perder caso haja um aumento mesmo que ligeiro nas concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera e as temperaturas dos oceanos continuem subindo, segundo um estudo divulgado pela revista Nature.

Um outro estudo relacionado disse que, caso a capa de gelo da Antártida Ocidental acabe, e o gelo da Antártida Oriental continue derretendo em seu litoral, o nível global dos mares pode subir até 7 metros em relação aos níveis atuais. A Antártida acumula cerca de 90% da água doce do mundo. Matéria de Michael Perry, da Agência Reuters, com informações complementares do EcoDebate.
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Ler artigo completo em (carregar no título):
http://www.ecodebate.com.br/2009/03/19/estudos-indicam-que-o-degelo-da-antartida-se-aproxima-de-nivel-critico/

Mundo aquecido. Resenha de José Augusto Pádua sobre o livro ‘Seis Graus’



“Seis Graus” adverte que ações contra o aquecimento global são urgentes e necessitam de medidas sérias de governos e sociedade

Ler em (ou carregar no título):
http://www.ecodebate.com.br/2009/03/19/mundo-aquecido-resenha-de-jose-augusto-padua-sobre-o-livro-seis-graus/

Eficiência energética - A verdadeira energia renovável



Com inovações tecnológicas - e um pouco de bom senso - é possível dar grandes passos rumo ao uso eficiente dos recursos que hoje se perdem pelo caminho

http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0939/tecnologia/verdadeira-energia-renovavel-429153.html

Por Luiza Dalmazo -19.03.2009- Revista EXAME

As fontes de energia mais comuns no mundo são quatro: petróleo, gás, urânio e carvão. Mas existe outra, conhecida como "o quinto combustível", que sempre foi o patinho feio da história. Vem sendo deixada de lado há anos, mas tem potencial para se tornar um lindo cisne em tempos de preocupações com o meio ambiente. É um recurso limpo, barato, disponível e que reduz as emissões de carbono na atmosfera: a eficiência energética. Os primeiros passos nessa área foram dados durante a crise do petróleo, em 1973, mas não é preciso voltar tanto no tempo para entender do que está se falando. Aqui no Brasil a eficiência fez parte do dia-a-dia de cidadãos e empresas durante o apagão de energia de 2001. Muitas das práticas de economia aprendidas nas duas crises já foram incorporadas à rotina, e a economia não exige um esforço consciente. Mas é possível fazer muito mais. Com iniciativas para o aproveitamento adequado, a demanda esperada de energia elétrica pode cair até 38% no país na próxima década, o equivalente à geração de 60 usinas nucleares de Angra III ou à de seis hidrelétricas de Itaipu. "A economia poderia chegar a
33 bilhões de reais na conta nacional de eletricidade dos consumidores até 2020", diz Karen Suassuna, analista do programa de conservação da organização não-governamental WWF-Brasil.

O primeiro ponto que precisa ser esclarecido quando se fala em economia de energia é que isso não significa abrir mão do conforto em casa. Também não quer dizer que será necessário reduzir a atividade econômica. Pelo contrário. A ideia por trás da eficiência energética é fazer o mesmo - ou mais - utilizando menos. Isso significa ter o bom senso de apagar a luz ao sair da sala, é claro. Mas o empurrão decisivo será dado com a adoção de novas tecnologias, como fez a rede varejista americana Wal-Mart. A empresa lançou há três anos um projeto ambicioso de redução das contas de luz em suas lojas em todo o mundo. As unidades brasileiras já registram quedas nos gastos de cerca de 15% em relação aos índices de 2005. "Mudamos desde os painéis do teto, para usar melhor a luz do sol, até as lâmpadas das geladeiras", diz Elisabete Freitas, diretora de construção da rede. As lâmpadas a que ela se refere são as baseadas em diodos emissores de luz (LEDs, na sigla em inglês), que têm vida útil 50 vezes maior e consomem apenas um quinto da energia elétrica das incandescentes. No projeto da ponte Octavio Frias de Oliveira, um dos novos cartões-postais de São Paulo, a iluminação também utiliza a nova tecnologia, o que representa um custo 75% menor em comparação com as soluções tradicionais. Parece pouco quando se pensa nas lâmpadas de uma residência. Mas, tendo em vista que a iluminação é responsável por 19% de todo o consumo mundial de eletricidade, a substituição das lâmpadas incandescentes por LEDs é um passo enorme. "A iluminação passaria a responder por apenas 4% do consumo total", diz Yoon Young Kim, vice-presidente da divisão de luz da Philips Brasil.

Plano arrojado

Alguns avanços são voluntários, como a substituição da iluminação pública, e outros ditados por regulamentação, como as metas impostas a fabricantes de eletrodomésticos de alto consumo, como geladeiras e aparelhos de ar condicionado. Há também um grande esforço em curso para racionalizar o uso de energia em edifícios, que podem responder por 40% do consumo nos países ricos, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Mas existem esforços que não buscam ganhos incrementais, e sim um olhar completamente inovador sobre a questão. A que talvez seja a ideia mais arrojada do mundo em eficiência energética vem do meio do deserto, mais precisamente dos Emirados Árabes Unidos. Batizado de Masdar City, o complexo que está sendo erguido em Abu Dhabi deve ser a primeira cidade 100% livre de emissão de dióxido de carbono. Com uma área de 6 000 quilômetros quadrados e uma população prevista de 50 000 habitantes, Masdar City quer ser um laboratório a céu aberto para experimentos com o uso racional da energia.

O plano é que Masdar use apenas 20% da eletricidade de uma cidade de tamanho comparável. A maior parte da energia virá do sol. Todo o lixo será reciclado, e o esgoto será convertido em combustível - que não será usado em carros, pois a ideia é que os deslocamentos sejam feitos em veículos movidos a eletricidade. O governo do emirado de Abu Dhabi quer que o empreendimento, avaliado em 15 bilhões de dólares, sirva de ímã para empresas que desenvolvem energia limpa. A GE já tem planos de se instalar na cidade, que terá um centro de pesquisas montado em cooperação com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Não deixa de ser irônico que o milagre de eficiência representado por Masdar City fique encravado na região que tem um dos maiores índices de consumo de energia per capita. A intenção dos árabes, porém, é aprender o máximo possível para um futuro em que o petróleo possa perder importância como fonte de energia. Outro objetivo do projeto é exportar para o resto do mundo o conhecimento aprendido com as novas técnicas desenvolvidas em Masdar.

A busca por eficiência energética também pode vir de lugares mais improváveis, como empresas de tecnologia da informação. Uma das ideias consideradas mais promissoras é a da chamada rede elétrica inteligente, ou smart grid, em inglês. Com a nova tecnologia, as empresas de distribuição teriam informação em tempo real sobre o uso de cada um de seus consumidores. De posse dessa informação, poderiam ser feitos melhor gerenciamento e convênios com os usuários para, por exemplo, oferecer descontos para quem concordar em ter o ar-condicionado desligado automaticamente em horários de pico. Os defensores da rede inteligente enxergam um futuro em que o serviço terá semelhanças com o de telefonia celular: quem usar a eletricidade em horários "nobres" pagará mais, e vice-versa.

Dotar de "inteligência" a rede elétrica não é um objetivo simples. Seria necessário distribuir sensores e chips num sistema antiquado, vasto e extremamente distribuído. Mas as pesquisas vão de vento em popa, e o plano é um dos pontos centrais da política energética do governo do presidente americano Barack Obama. Outra indicação do interesse das empresas do Vale do Silício no tema foi um recente anúncio do Google. O gigante da internet divulgou uma iniciativa batizada de Google Power Meter (medidor de energia). Trata-se de um software capaz de medir o uso de eletricidade de uma residência em tempo real, mostrando em um gráfico em que momentos do dia o consumo é mais alto e quais eletrodomésticos gastam mais. Por enquanto, o programa está apenas em teste - mas o fato de o tema do consumo responsável despertar o interesse de uma empresa como o Google já mostra o alcance da ideia da eficiência.

É claro que o interesse pela eficiência energética anda de mãos dadas com a atividade econômica. Com a desaceleração da economia mundial e a queda vertiginosa do preço do petróleo, é provável que o assunto não esteja no topo da agenda por algum tempo. Mas trata-se de um assunto que não poderá ser esquecido, como já ocorreu no passado. Um estudo do McKinsey Global Institute, braço de pesquisas da consultoria, indica que o uso mais racional da energia poderia garantir metade do esforço global de manter a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera em um nível aceitável de 550 partes por milhão. Inovar - e ter bom senso com um recurso tão precioso como a energia - é hoje uma questão de sobrevivência para o planeta.

Norte-americanos mudam de opinião e passam a apoiar medidas contra o aquecimento global



http://www.ecodebate.com.br/2009/03/20/norte-americanos-mudam-de-opiniao-e-passam-a-apoiar-medidas-contra-o-aquecimento-global/
Durante o governo Bush quase 60% dos norte-americanos se opunham a implementação de ações mitigadoras do aquecimento global, temendo impactos negativos na economia e no mercado de trabalho. Agora, sob a administração Obama e diante de uma grave crise econômica, 90% dos norte-americanos dizem que os EUA devem agir para reduzir a emissão de gases estufa.
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Quase quatro em cada cinco americanos apoiaram a adoção de um padrão de eficiência de combustível para automóveis, caminhões e SUVs, mesmo que isso significasse adquirir um novo veículo US $ 1000 mais caro.

Mais de 70% apoiaram a exigência de que empresas de energia elétrica produzam sua eletricidade com, pelo menos, 20% a partir de fontes renováveis de energia, mesmo que o custo médio por família, pelo consumo de eletricidade, tenha um custo adicional de US$ 100 por ano.

No entanto, apenas 53% dos entrevistados apoiou a criação de um sistema nacional cap-and-trade, uma das políticas que estão propostas pelo presidente Obama sob avaliação do Congresso. Além disso, apenas 115 dos norte-americanos apoiaram fortemente a proposta, ao passo que foi fortemente contestado por 23%.

48% disseram que pretendem avaliar as empresas, em termos de ações relacionadas com as mudanças climáticas, visando decidir o que e de quem comprar. Os pesquisados, no entanto, declararam que o principal obstáculo à compra consciente está em como saber quais empresas apoiar e quais punir, tendo em vista que não tinham informações confiáveis.

Os pesquisados acreditam que as medidas para reduzir o aquecimento global trarão vários resultados positivos: dois terços disseram que proporcionaria uma vida melhor para seus filhos e netos e salvariam muitas espécies vegetais e animais da extinção. Cerca de metade disse que iria melhorar a saúde das pessoas e reduziria o país da sua dependência do petróleo estrangeiro e protegeria uma criação de Deus.


http://envirocenter.research.yale.edu/uploads/climatechange-report2.pdf

Anuncia-se o mais dramático dos cenários climáticos



http://www.ecodebate.com.br/2009/03/20/anuncia-se-o-mais-dramatico-dos-cenarios-climaticos/

A nove meses da Conferência de Copenhague – para quando a comunidade internacional se fixou um último encontro para chegar a um acordo sobre um plano de redução dos gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global – nada garante que um acordo seja encontrado. Foi na esperança de conjurar um possível fracasso que cerca de 2.000 cientistas, entre os quais se encontram os mais eminentes climatologistas do mundo, se reuniram entre os dias 10 e 12 de março na capital dinamarquesa.

A reportagem é de Laurence Caramel e publicada no jornal francês Le Monde, 13-03-2009. A tradução é do Cepat.

“Imagine um avião cuja probabilidade de chegar ao destino seja de 10%. Você embarcaria nele? Evidentemente que não…”. Stefan Rahmstorf, do Instituto Potsdam de Pesquisas do Clima, adora esta metáfora para explicar o que está para acontecer: desde o último relatório do Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2007, há 90% de probabilidades de que o homem esteja na origem da transformação do clima que ameaça os grandes equilíbrios planetários.

Ora, tudo se passa como se os governos ainda se perguntassem sobre a possibilidade de embarcar neste avião fadado à catástrofe. Em Copenhague, a comunidade científica quis demonstrar pela última vez, antes do fim das negociações, que não há lugar para a dúvida. “Nós acumulamos muitos dados desde o último relatório do IPCC, em 2007. Queremos que os governos decidam com base em conhecimento de causa”, explicou Katherine Richardson, da Universidade de Copenhague, uma das nove Universidades que estão na origem deste encontro.

As conclusões do IPCC se apóiam em dados que remontam à metade de 2005. Considerando o peso desta organização, que reuniu 2.500 pesquisadores de 130 países e cujo conjunto de publicações é submetido ao consenso, o próximo relatório não será publicado antes de 1014. “As últimas observações confirmam que o pior dos cenários do IPCC pode se efetivar. As emissões continuaram a aumentar fortemente e o sistema climático já está evoluindo fora das variações naturais dentro das quais as nossas sociedades e as nossas economias se construíram”, afirmou o comitê científico da Conferência. As previsões do IPCC antecipam um aumento das temperaturas entre 1,1 ºC e 6,4 ºC no final do século em relação ao período pré-industrial.

Stefan Rahmstorf apresentou um estudo segundo o qual o nível dos oceanos poderá aumentar entre 75 cm e 190 cm até 2100. Ou seja, um nível bem superior às previsões do IPCC que variavam entre 18 cm e 59 cm. Estas previsões – e o IPCC tomou cuidado para destacá-lo – não levavam em conta a evolução das calotas glaciares da Groenlândia e da Antártica. Ora, seu papel seria na realidade maior, através do degelo dos glaciares, mas sobretudo por seu “mergulho” no mar. “Esse fenômeno é muito mais massivo e rápido que pensávamos”, confirma Eric Rignot, professor da Universidade de Irvine, na Califórnia.

Lucka Kajfez Bogataj, da Universidade de Liubliana (Eslovênia), analisou o conjunto dos estudos climáticos que apareceram ultimamente. Ela concluiu sem hesitar: “O impacto do aquecimento é mais precoce e mais rápido que o previsto”. Entre 1990 e 2006, o mundo conheceu os treze anos mais quentes desde 1880, que marca o início da era industrial, cita ela.

Especialista em ecossistemas, Andreas Fischlin, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, coincide em seu raciocínio: “Os ecossistemas armazenam 25% das emissões mundiais de carbono. Esta capacidade de armazenamento deverá chegar ao seu ponto máximo aproximadamente em 2050, antes que os ecossistemas fragilizados pelo aquecimento invertam o sinal passando a contribuir na emissão de CO2 na atmosfera agravando assim o fenômeno. Esse problema é muito mais importante do que pensávamos há cinco anos”.

Aquilo que os cientistas chamam de tipping points, ou seja, os limiares para além dos quais as consequências do aquecimento se tornam irreversíveis e incontroláveis, poderia ser mais baixo. “Nós pensávamos que a sobrevivência dos ursos polares estaria ameaçada a partir de um aumento das temperaturas de 2,8 ºC; é provável que isso já seja verdade a partir de 1,5 ºC”, adianta Andreas Fischlin.

A riqueza dos hotspots (“pontos quentes”) da biodiversidade, aquelas regiões que concentram quantidades de espécies raras ou endêmicas, estaria em perigo a partir de um aquecimento de 1,6 ºC. “Os novos modelos de que dispomos nos mostram que muitos dos umbrais de ruptura se encontram na faixa dos 2 ºC a 3 ºC. E que seria preciso guardar uma distância segura para não correr o risco de se aproximar dele”, continua o pesquisador. Nicholas Stern, autor do célebre relatório sobre “a economia da mudança climática”, indicou que “o custo da omissão será superior àquele apresentado em 2006”.

Presente em Copenhague, o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, manteve-se reservado, mas a nove meses do fim do prazo, julgou “útil que esta Conferência lembre aos políticos que existe uma crise mais grave que a crise econômica”.

James Hansen, o célebre meteorologista da NASA que foi um dos primeiros a alertar, em 1988, para os perigos do aquecimento, foi mais direto: “É preciso que a opinião pública esteja certa de uma coisa. Os cientistas são claros. Não existem grandes incertezas sobre o filme que está diante de nós. E os políticos não podem se esconder atrás da pretensa falta de conhecimentos para não agir”. Falando claramente, os cientistas fizeram a sua parte. Resta aos políticos fazerem a sua.



SITIO IMPORTANTE NA NET:
Portal EcoDebate
http://www.ecodebate.com.br/

Falta de água- O exemplo do Chile

http://www.ecodebate.com.br/2009/03/20/modelo-de-livre-mercado-de-comercializacao-de-direitos-a-agua-destroi-cidade-chilena/

Modelo de livre mercado de comercialização de direitos à água destrói cidade chilena
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"Quillagua é uma das várias pequenas cidades que estão sendo engolidas em meio à cada vez mais intensa guerra pela água no país. De acordo com os especialistas, em nenhum outro lugar o sistema de compra e venda de água é mais permissivo do que no Chile, onde os direitos à água constituem-se em propriedade privada, e não em um recurso público, e podem ser comercializados como mercadorias, em um ambiente caracterizado por pouca fiscalização governamental e escassas salvaguardas do meio ambiente."
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Fórum Mundial da Água - Protecção de recursos hídricos junta especialistas na Turquia

Fórum Mundial da Água por Carlos Santos Neves,
Protecção de recursos hídricos junta especialistas na Turquia

RTP actualizado às 11:26 - 16 Março '09
http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Proteccao-de-recursos-hidricos-junta-especialistas-na-Turquia.rtp&article=208386&visual=3&layout=10&tm=7
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A Terra é hoje a casa de 6,6 mil milhões de pessoas. Até 2050, esse número deverá crescer em 2,5 mil milhões, com maior incidência nos países em vias de desenvolvimento. Sem uma acção urgente, alertam as Nações Unidas, a humanidade encaminha-se para uma crise de proporções globais. E os recursos hídricos "ainda não são uma questão suficientemente política", como constata Daniel Zimmer, membro do Conselho Mundial da Água.

"Um dos objectivos é fazer com que os políticos compreendam que a água devia estar no topo das suas agendas domésticas e que é necessária para o bem-estar, estabilidade e saúde das suas populações", afirmou o especialista em declarações à agência Reuters.

A 21 anos das estimativas mais negras das Nações Unidas, são já centenas de milhões os seres humanos expostos ao risco de desastres relacionados com a água. No imediato, a escassez do precioso recurso constitui, nas palavras do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, um "potente combustível para guerras e conflitos".

Protestos sublinham urgência

Ao longo da semana, os participantes no Fórum Mundial da Água vão ser protagonistas em 115 sessões de debate. Três anos depois do evento antecessor, Istambul quer ser o ponto de partida para uma gestão mais responsável dos recursos hídricos do planeta, uma tarefa ambiciosa que impõe uma redefinição em contra-relógio dos pressupostos das relações internacionais, do primado dos combustíveis fósseis para uma era do ambiente e da protecção dos recursos naturais.

Na véspera do Fórum, uma projecção de efeitos do aquecimento global veio vincar ainda mais a premência da agenda de Istambul: a partir de 2100, o Árctico deverá ficar privado de gelo no mês de Setembro e o nível do mar poderá subir em pelo menos um metro, condenando 600 milhões de pessoas ao êxodo.

A ilustrar o potencial de conflito do dossier da água, centenas de manifestantes juntaram-se esta segunda-feira em Istambul para contestar o que dizem ser os interesses empresariais subjacentes ao Fórum Mundial e o pouco interesse pelas necessidades dos cidadãos. "A água é o povo, é a vida, não está à venda", gritavam os activistas enquanto a polícia turca polvilhava o local da manifestação com gás lacrimogéneo.
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sábado, 21 de março de 2009

Resolução do Parlamento Europeu para o Quinto Fórum Mundial da Água

IMPORTANTÍSSIMA
Resolução do Parlamento Europeu, de 12 de Março de 2009, sobre os recursos hídricos na perspectiva do Quinto Fórum Mundial da Água, em Istambul, de 16 a 22 de Março de 2009

Ler em (carregar no título):

http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+TA+P6-TA-2009-0137+0+DOC+XML+V0//PT

Sobre o Fórum Mundial da Água

http://redeenergia.org/?p=1599
Sobre o Fórum Mundial da Água:
O Fórum Mundial da Água (World Water Forum) é o mais importante evento mundial sobre a água. É organizado a cada três anos como um empreendimento conjunto entre o World Water Council e o governo do país anfitrião. As quatro primeiras edições foram realizadas no Marrocos (1997), na Holanda (2000), no Japão (2003) e no México (2006), e o 5º World Water Forum acontecerá em Istambul, Turquia, em março de 2009. Site: http://www.worldwaterforum5.org/.

Sobre o Conselho Mundial da Água:
O Conselho Mundial da Água (World Water Council) é uma organização internacional independente, cujo objetivo é promover o manejo sustentável da água em todo o mundo. Possui mais de 300 organizações filiadas, incluindo governos, organizações não-governamentais, empresas, redes de profissionais e instituições de pesquisas baseadas em mais de 50 países. O Conselho Mundial da Água traz à esfera pública informações e conhecimento sobre questões relacionadas à água. Seu trabalho se concentra em despertar atencão e incentivar vontade política para ampliar o acesso à água e ao saneamento e promover o manejo criterioso dos recursos hídricos. A sede do World Water Council fica em Marselha, na França.Site: http://www.worldwatercouncil.org/

FATOS SOBRE ÁGUA:
* De toda a água na Terra, 97,5% são compostos por água salgada e, dos 2,5% restantes de água doce, cerca de 70% estão congelados nas calotas glaciais polares. Os outros 30% de água doce estão, em sua maior parte, presentes como umidade do solo ou em aquíferos subterrâneos.
* Para assegurar nossas necessidades básicas, todos precisamos de 20 a 50 litros de água livre de contaminantes nocivos todo dia.
* 1,1 bilhão de pessoas vivem sem água potável.
* 2,6 bilhões de pessoas vivem sem saneamento adequado.
* Em áreas mal servidas de água e saneamento, a taxa de mortalidade infantil é 10 a 20 vezes maior que em áreas com em que estes serviços são adequados.
* 3.900 crianças morrem todos os dias por doenças transmitidas pela água.
* Uma criança nascida no mundo desenvolvido consume 30 a 50 vezes mais água que uma criança que vive em países em desenvolvimento.
* Globalmente, a diarréia é a principal causa de doenças e mortes. Suas vítimas somam cerca de 1,8 milhão de pessoas a cada ano.
* No mundo em desenvolvimento, 70% dos resíduos industriais são despejados sem tratamento e poluem as reservas de água. De 300 a 500 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, lixo tóxico e outros resíduos são despejados todo ano pelas indústrias.
* Para produzir um quilograma de carne, são necessários algo entre 5.000 e 20.000 litros de água. A quantia total de recursos hídricos usados para produzir um alimento é denominada de “água virtual”. Produzir 1kg de carne requer a mesma quantidade de água usada por uma família de tamanho médio por 10 meses (50 litros/pessoa/dia).
* 50% das zonas úmidas do mundo (como pântanos) desapareceram desde 1900.
* Aproximadamente 70% de toda água doce disponível é usada para irrigação.
* Estima-se que as nações da OCDE precisem investir pelo menos US$ 200 bilhões por ano para substituir sua antiquada infraestrutura de água e garantir o suprimento, reduzir taxas de vazamento e proteger a qualidade da água.
* Até 2075, o número de pessoas que viverão em regiões com falta crônica de água é estimado em 3 a 7 bilhões.

Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Water Partners International(WPI), Stockholm International Water Institute (SIWI).

"Água é de todos"- Ministro do Ambiente nega qualquer “espécie de privatização” da água

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1369976

Reunidas mais de 30 mil assinaturas contra “negócio”

19.03.2009 - Lusa
O ministro de Ambiente, Nunes Correia, considerou hoje um “falso problema” a petição que vai ser entregue amanhã no Parlamento contra a “privatização” da água, uma vez que “não está em curso nenhuma espécie de privatização”.Cerca de 60 associações vão entregar mais de 30 mil assinaturas, reunidas pela campanha “Água é de todos, não o negócio de alguns”, ao presidente da Assembleia da República e aos grupos parlamentares.“É um falso problema, porque não está em curso nenhuma espécie de privatização da água. É uma petição que antes de o ser já atingiu o seu objectivo: não há nenhuma privatização da água”, disse à Agência Lusa o ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Nunes Correia.“São exercícios dos direitos democráticos: quem quer faz as petições que quer e quem quer assina as petições que quer”, conclui o governante, que se encontra em Istambul, na Turquia, no âmbito do 5.º Fórum Mundial da Água, que termina dia 22.

Exigida propriedade e gestão públicas

O abaixo-assinado “Pelo direito à água e por uma gestão pública de qualidade” é um protesto contra a “privatização” das sociedades gestoras da água, aproveitando a comemoração do Dia Mundial da Água, a 22 deste mês.Os promotores da iniciativa referem, em comunicado, que os cerca de 30 mil portugueses que assinaram a petição exigem “a consagração da propriedade comum da água, manutenção dos serviços de água sob propriedade e gestão públicas e sem fins lucrativos e a gestão integrada da água como responsabilidade pública inalienável”.Os representantes da campanha “Água é de todos, não o negócio de alguns” esperam ser recebidos na Assembleia da República, pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro, a quem “já foram solicitadas audiências.”A Associação Pública da Água, Confederação Nacional da Água, CGTP, Fenprof e Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública são algumas das entidades que integram o abaixo-assinado.


Link para "Água é de todos":
http://www.aguadetodos.com/

5. Fórum Mundial da Água

http://www.maotdr.gov.pt/CmsPage.aspx?PageIndex=234
O Fórum Mundial da Água (FMA) é um evento da iniciativa do Conselho Mundial da Água, e realiza-se de três em três anos desde 1997.
É o maior evento internacional sobre a Gestão da Água e assume-se como um fórum de participação e diálogo entre os múltiplos intervenientes no sector da Água no mundo, que procura influenciar o processo de tomada de decisão ao nível das políticas globais para o sector, no sentido de um desenvolvimento sustentável do planeta.
O 5º Fórum Mundial da Água, cujo tema principal é “Bridging Divides for Water” (Unindo as Divisões da Água), será um ponto de referência obrigatório no debate sobre a Gestão da Água no Mundo, através de um processo participativo e focalizado na acção, envolvendo a comunidade técnica e científica, o mundo empresarial, as autoridades nacionais , regionais e locais, as organizações não governamentais e todos os interessados nas temáticas da Água. Por despacho ministerial, o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional designou uma equipa constituída pelo INAG, pelo GRI e pela Parque Expo e coordenada pela Engª Alexandra Serra para dinamizar a participação portuguesa no 5º Fórum Mundial da Água. Nesse despacho é sublinhada a importância do envolvimento e da dinamização da participação de especialistas nacionais e de associações profissionais do sector, com especial destaque para a Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, dada a natureza transversal e abrangente com que o tema da água é tratado neste Fórum.
A participação portuguesa neste fórum será centrada no tema Superando a Escassez da Água, rumo à Sustentabilidade.A escolha do tema justifica-se claramente, numa época em que Portugal, juntamente com outros países da UE, tem vindo a evidenciar a necessidade de que o problema da escassez de água seja enquadrado numa política europeia, tal como a que existe para as cheias, deixando de estar sujeito a intervenções pontuais. De facto, embora tradicionalmente os problemas associados à escassez da água e às secas fossem considerados dos países do Sul da Europa, nos últimos dois anos temos vindo a assistir a uma crescente consciencialização da sua gravidade em muito países do norte e do centro da Europa.
No Reino Unido, pelo segundo ano consecutivo, foram impostas restrições a quase três milhões e meio de consumidores. Na Itália e na Grécia viveram-se, em 2007, situações críticas de seca em várias bacias hidrográficas. Previsões recentes apontam para que a escassez de água afecte 17% do território europeu e pelo menos 11% da população da União Europeia.
Está ainda fresca na nossa memória, a seca de 2005 em Portugal, uma das piores secas de sempre, com prejuízos equivalentes a 1% do PIB nacional. Assim, o tema Superando a escassez de água, rumo à sustentabilidade permitirá dar visibilidade não só aos problemas de seca e escassez que Portugal enfrenta, cada vez com maior frequência mas, principalmente, à integração de políticas e de acções em curso no país direccionadas para uma gestão dos recursos hídricos cada vez mais sustentável e orientada para ultrapassar os desafios que se colocam num quadro de mudanças à escala global.
Na realidade, a situação geográfica de Portugal, entre o Atlântico e o Mediterrâneo, coloca o país numa posição privilegiada no contexto europeu no que se refere à prossecução das abordagens e iniciativas para lidar com os novos paradigmas da Gestão da Água.
No blog gerido pelo Comissariado da participação portuguesa (http://portugalnoforum.wordpress.com) pode encontrar mais informação sobre o 5º Fórum Mundial da Água.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Passagem de solo rural a urbano passa a ser excepcional19.03.2009Paulo Miguel Madeira

PÚBLICO- 19.03.2009 Paulo Miguel Madeira

A reclassificação do solo rural como solo urbano passa a apenas ser admitida “a título excepcional”, com o objectivo de combater a actual prática de aumento indiscriminado dos perímetros urbanos, acordo com um decreto regulamentar aprovado hoje em Conselho de Ministros. Pretende-se também incentivar a reabilitação dos centros das cidades.
No mesmo documento, estipula-se a “reclassificação do solo urbano como solo rural” quando os municípios não procederem à programação das áreas não urbanizadas integradas no perímetro urbano e também quando o tiverem feito mas não o concretizem no prazo previsto.

“Estamos a limitar a expansão urbana”, com “orientações claras nesse sentido”, disse ao PÚBLICO o secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão. O Governo pretende também “evitar que a expansão urbana se faça à custa quer de solo agrícola quer de solo de valor ambiental, tendo em conta não as necessidades de desenvolvimento urbano mas as expectativas de valorização” dos solos, acrescentou.
O Decreto Regulamentar “fixa os critérios uniformes de classificação e reclassificação do solo, de definição de utilização dominante, bem como das categorias relativas ao solo rural e urbano, aplicáveis a todo o território nacional”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros de hoje. O Governo diz que entende a classificação dos solos como uma “opção de planeamento territorial determinativa do destino básico dos terrenos”, “assente na diferenciação entre as classes de solo rural e de solo urbano”.
Fazer cidade de forma mais planeada
João Ferrão, geógrafo e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa antes de ir para o Governo, especificou também os objectivos das novas regras para a reclassificação de solo urbano como rural. Quer-se “evitar bolsas de solos expectantes” e, ao mesmo tempo, “estimular a execução programada das opções de planeamento municipal”.
Por outro lado, há ainda o objectivo de “melhorar a relação entre a programação das infra-estruturas e a programação do uso do solo”. Isto porque “muitas vezes altera-se primeiro o uso do solo e fazem-se depois as infra-estruturas”, outras vezes é ao contrário, explica ainda. “Isto leva a que a expansão [urbana] seja frequentemente, não o resultado de opções municipais”, mas sim das dinâmicas exclusivas do mercado.
Por outro lado, o secretário de Estado realçou “a forma como as áreas rurais são tratadas” nesta legislação. “Não são uma espécie de áreas residuais”. Áreas rurais e urbanas passam a ser tratadas “ambas com a mesma dignidade”.
Fixados conceitos técnicos na área do ordenamento e do urbanismo
O Governo aprovou também hoje, a fixação dos conceitos técnicos na área do ordenamento do território e do urbanismo, através de decreto regulamentar que regula regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial (planos que classificam o território de acordo com o tipo de usos a que se destina).
O Governo justifica esta harmonização com a sua o objectivo de alcançar “uma maior eficácia e eficiência na gestão do território, credibilizando o sistema de planeamento e assegurando que os resultados das práticas de gestão territorial respondem aos objectivos traçados pelo sistema de gestão territorial”.
Pretende-se “evitar a dispersão e imprecisão de conceitos utilizados por instrumentos de gestão territorial,” nomeadamente “o recurso a expressões que não são objecto de definição, a utilização do mesmo conceito com diferentes significados ou do mesmo instituto jurídico com diferentes designações, bem como a utilização de conceitos indeterminados ou incorrectos”.
Foi também regulado, num terceiro decreto, o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial no que respeita à cartografia a utilizar nos instrumentos de gestão territorial, bem como na representação de quaisquer condicionantes.
O objectivo do Governo o recurso a uma informação cartográfica uniforme e de fácil consulta e interpretação “é tão mais importante devido ao facto de os instrumentos de planeamento territorial serem vinculativos das entidades públicas e dos particulares, servindo directamente de parâmetro para o controlo prévio das operações urbanísticas”.