JN 2009.09.30
Fazendo ociosamente "zapping" diante da TV, cansado até à náusea da conversa fiada à volta dos resultados eleitorais de domingo, dei num dos canais por cabo com o clássico "Mr. Smith goes to Washington", de Frank Capra.
Produzido em 1939, "Mr. Smith goes to Washington" ("Peço a palavra", entre nós) tem uma notável interpretação de James Stewart na personagem-tipo que mais frequentemente encarnou, a do homem decente que, armado apenas de inabalável fé em valores morais fundamentais, enfrenta a podridão do mundo real, no caso o da política. A propósito da aprovação no Senado da construção de uma barragem (um PIN, dir-se-ia hoje por cá), o filme põe cruamente a nu o universo corrupto da decisão política e as suas relações promíscuas com os interesses económicos. A singular coincidência da exibição de "Mr. Smith goes to Washington" numa televisão portuguesa com a eleição de um novo Parlamento é um desses "acasos objectivos" de que fala Breton em "L'amour fou", a "manifestação de uma necessidade exterior abrindo caminho no inconsciente". E que caminhos esta abre, e que tortuoso é o meu inconsciente!
Fazendo ociosamente "zapping" diante da TV, cansado até à náusea da conversa fiada à volta dos resultados eleitorais de domingo, dei num dos canais por cabo com o clássico "Mr. Smith goes to Washington", de Frank Capra.
Produzido em 1939, "Mr. Smith goes to Washington" ("Peço a palavra", entre nós) tem uma notável interpretação de James Stewart na personagem-tipo que mais frequentemente encarnou, a do homem decente que, armado apenas de inabalável fé em valores morais fundamentais, enfrenta a podridão do mundo real, no caso o da política. A propósito da aprovação no Senado da construção de uma barragem (um PIN, dir-se-ia hoje por cá), o filme põe cruamente a nu o universo corrupto da decisão política e as suas relações promíscuas com os interesses económicos. A singular coincidência da exibição de "Mr. Smith goes to Washington" numa televisão portuguesa com a eleição de um novo Parlamento é um desses "acasos objectivos" de que fala Breton em "L'amour fou", a "manifestação de uma necessidade exterior abrindo caminho no inconsciente". E que caminhos esta abre, e que tortuoso é o meu inconsciente!
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