Acabou o tabu de Manuel Alegre. Fica no PS. Isso é obviamente bom para o PS mas não significa que Alegre fique calado, acrítico. Mas isso, no momento, conta pouco.
Alegre, anunciando a sua permanência, nada disse sobre se participaria ou não na campanha eleitoral, mas isso também pouco conta. Ontem mesmo uma declaração posterior ao anúncio veio clarificar que nada foi negociado entre ele e Sócrates, tão-pouco lugares de deputados para os seus seguidores. A nota contraria notícias vindas a público, mas o que a Alegre deve doer mais são alguns comentários que andam na blogosfera, comentários que não vale a pena citar, porque são injustos. Alegre não é um traficante de influências - nunca foi - mas a sua presença no partido, nos últimos tempos percebia-se mal, como mal se percebe como fica, porque a verdade é que Sócrates não mudou nem o discurso nem a prática política que tantas críticas mereceram. Porém, ele fica.
A permanência de Alegre, a inexistência de um novo partido, a inoportunidade de um acordo com o BE são uma garantia para o PS, mas nada acrescentam a Alegre, a menos que ele esteja a preparar-se para nova candidatura a Belém e considere que o PS não terá outra saída senão apoiá-lo. A verdade é que também aí Sócrates nada alterou, nada teve necessidade de dizer. Ou seja: Manuel Alegre fica no PS porque, para além dessa ser a sua família política há muitos anos, não tem nenhum motivo para sair, ou pelos menos não tem a garantia de que, saindo, a vida lhe corra melhor. E o que é verdade é que Sócrates nada teve de fazer a não ser esperar que Manuel Alegre chegasse a essa conclusão. Para quem está acossado por vários lados e envolvido, nos últimos meses, de uma forma pouco comum, em várias trapalhadas, a permanência de Alegre no PS acaba por funcionar como uma vitória pessoal de José Sócrates. Pelo contrário, à direita e à esquerda a decisão de Alegre obviamente não será agradável. Sobretudo para Louçã e para uma certa esquerda não comunista que, embora resignada aos "timings" de Manuel Alegre, beneficiou durante largos meses com a possibilidade de uma cisão no PS. É a vida.
A maioria dos novos desempregados vive no Norte, no Centro e nos Açores. A crise veio agravar condições de vida que já eram inferiores a outras regiões do país. O Norte, nomeadamente, continua a ser a região mais atingida, porque é aqui que está grande número das empresas que têm falido. Viver no Norte não pode ser um estigma e é tempo de exigir solidariedade. Essa solidariedade terá de passar necessariamente por discriminações positivas. Recentemente, o primeiro-ministro admitiu, em entrevista ao JN, adoptar medidas de combate à crise com carácter regional. É tempo de encarar a sério essa possibilidade.
Alegre, anunciando a sua permanência, nada disse sobre se participaria ou não na campanha eleitoral, mas isso também pouco conta. Ontem mesmo uma declaração posterior ao anúncio veio clarificar que nada foi negociado entre ele e Sócrates, tão-pouco lugares de deputados para os seus seguidores. A nota contraria notícias vindas a público, mas o que a Alegre deve doer mais são alguns comentários que andam na blogosfera, comentários que não vale a pena citar, porque são injustos. Alegre não é um traficante de influências - nunca foi - mas a sua presença no partido, nos últimos tempos percebia-se mal, como mal se percebe como fica, porque a verdade é que Sócrates não mudou nem o discurso nem a prática política que tantas críticas mereceram. Porém, ele fica.
A permanência de Alegre, a inexistência de um novo partido, a inoportunidade de um acordo com o BE são uma garantia para o PS, mas nada acrescentam a Alegre, a menos que ele esteja a preparar-se para nova candidatura a Belém e considere que o PS não terá outra saída senão apoiá-lo. A verdade é que também aí Sócrates nada alterou, nada teve necessidade de dizer. Ou seja: Manuel Alegre fica no PS porque, para além dessa ser a sua família política há muitos anos, não tem nenhum motivo para sair, ou pelos menos não tem a garantia de que, saindo, a vida lhe corra melhor. E o que é verdade é que Sócrates nada teve de fazer a não ser esperar que Manuel Alegre chegasse a essa conclusão. Para quem está acossado por vários lados e envolvido, nos últimos meses, de uma forma pouco comum, em várias trapalhadas, a permanência de Alegre no PS acaba por funcionar como uma vitória pessoal de José Sócrates. Pelo contrário, à direita e à esquerda a decisão de Alegre obviamente não será agradável. Sobretudo para Louçã e para uma certa esquerda não comunista que, embora resignada aos "timings" de Manuel Alegre, beneficiou durante largos meses com a possibilidade de uma cisão no PS. É a vida.
A maioria dos novos desempregados vive no Norte, no Centro e nos Açores. A crise veio agravar condições de vida que já eram inferiores a outras regiões do país. O Norte, nomeadamente, continua a ser a região mais atingida, porque é aqui que está grande número das empresas que têm falido. Viver no Norte não pode ser um estigma e é tempo de exigir solidariedade. Essa solidariedade terá de passar necessariamente por discriminações positivas. Recentemente, o primeiro-ministro admitiu, em entrevista ao JN, adoptar medidas de combate à crise com carácter regional. É tempo de encarar a sério essa possibilidade.
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