quinta-feira, 23 de julho de 2009

JN - Honório Novo. Sócrates, o exorcista!

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JN - 2009-07-20

Uma das áreas em que as políticas neoliberais de Sócrates mais se fazem e farão sentir é no Ambiente. Não espanta, por isso, que PSD e CDS não as contestem…l Há os PIN, onde o interesse nacional se mede pelo volume e não pela qualidade do investimento, não se penalizando o incumprimento de objectivos anunciados para o emprego.

Há a queima de resíduos perigosos, em que agora se atinge o objectivo central desde que Sócrates lançou o projecto: um novo negócio para as cimenteiras, (que substituem custos por receitas resultantes da queima), e que leva a produzir mais resíduos em vez de os reduzir, como mandam os princípios ambientais.

Há o novo regime da REN e da RAN, que coloca nas mãos do "betão local" mais predador a definição dos seus limites; ou do novo regime da conservação da natureza, que pode levar à privatização da gestão, da fiscalização (!?) e da visitação, em parques nacionais e áreas protegidas.

Mas o expoente das políticas de direita no Ambiente é a Lei da Água. Privatiza o recurso e todas as suas envolventes, margens, bacias, praias. Nada o obrigava, (a Holanda, por exemplo, até o proibiu), mas Sócrates não deixou os seus créditos em mãos alheias e não perdeu a oportunidade de abrir o negócio do século aos grandes interesses.

Temos a concessão, por 90 anos, de barragens e albufeiras à EDP e à Iberdrola, donas de tudo o que lá se passe, licenciamentos, praias, construções! Temos as taxas cobradas às hidroeléctricas, mais de cem vezes abaixo das de consumo humano. Temos a antecipação daquelas taxas, com descontos até 90%! Por fim, temos o inaceitável e preocupante anúncio do Governo de dispersar em Bolsa o capital da Águas de Portugal, empresa pública dona de (quase toda) a água potável produzida em Portugal.

Bem pode Sócrates andar por aí a exorcizar o neoliberalismo, dizendo que essa doença é da Direita. O que Sócrates e o bloco central precisam mesmo é de uma grande quarentena. Para salvação do País e dos portugueses.

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