"As invasões francesas foram um facto histórico maior, na História de Portugal, do qual deixámos de guardar memória e nem sequer temos como povo, nem sequer a nível das elites, verdadeira consciência das consequências que tais invasões tiveram e que se repercutem até aos dias de hoje. Sim, até aos dias de hoje!
As consequências não foram “apenas” materiais e sociais, foram doutrinárias e sobretudo políticas.
Na parte social, as perdas humanas foram enormes e nunca ao certo contabilizadas. Estima-se que cerca de 10% da população tenha perecido não só pela acção inimiga como também pela doença, pela fome e pelo frio. Seriam cerca de 300000 compatriotas nossos, um número inimaginável nos dias de hoje, mesmo tendo em conta que hoje somos quatro vezes mais…
No mais o país ficou arrasado: a agricultura e a pecuária destruídas; os campos talados; os monumentos roubados; igrejas profanadas; cidades, vilas e aldeias incendiadas; território ermado; pontes e outras “obras de arte”, destruídas; população esbulhada e deslocada (estima-se que atrás das Linhas de Torres se aglomeraram cerca de 600000 pessoas!), todas as actividades produtivas desarticuladas.
No campo doutrinário, inocolou-se a Nação com ideias estranhas à sua matriz portuguesa, não se conseguindo ou querido, disseminá-las de um modo progressivo e adequado. A imposição de tais ideias, a maioria oriundas da Revolução Francesa, dividiu a Família Real, a Corte, as Forças Armadas e toda a Nação, dando origem a divisões políticas profundas que ainda se entrechocam nos dias de hoje. A consequência mais profunda desta divisão política foi uma guerra civil intermitente que lavrou durante cerca de 100 anos e só terminou, não completamente, porém, com a Constituição de 1933.
Pelo caminho ficaram dezenas de assuntos da maior importância por arrumar. Não tenho esperança que venham a ser arrumadas.
Vamos então tentar perceber como Portugal foi abrasado pela fúria Napoleónica. "
... ...As consequências não foram “apenas” materiais e sociais, foram doutrinárias e sobretudo políticas.
Na parte social, as perdas humanas foram enormes e nunca ao certo contabilizadas. Estima-se que cerca de 10% da população tenha perecido não só pela acção inimiga como também pela doença, pela fome e pelo frio. Seriam cerca de 300000 compatriotas nossos, um número inimaginável nos dias de hoje, mesmo tendo em conta que hoje somos quatro vezes mais…
No mais o país ficou arrasado: a agricultura e a pecuária destruídas; os campos talados; os monumentos roubados; igrejas profanadas; cidades, vilas e aldeias incendiadas; território ermado; pontes e outras “obras de arte”, destruídas; população esbulhada e deslocada (estima-se que atrás das Linhas de Torres se aglomeraram cerca de 600000 pessoas!), todas as actividades produtivas desarticuladas.
No campo doutrinário, inocolou-se a Nação com ideias estranhas à sua matriz portuguesa, não se conseguindo ou querido, disseminá-las de um modo progressivo e adequado. A imposição de tais ideias, a maioria oriundas da Revolução Francesa, dividiu a Família Real, a Corte, as Forças Armadas e toda a Nação, dando origem a divisões políticas profundas que ainda se entrechocam nos dias de hoje. A consequência mais profunda desta divisão política foi uma guerra civil intermitente que lavrou durante cerca de 100 anos e só terminou, não completamente, porém, com a Constituição de 1933.
Pelo caminho ficaram dezenas de assuntos da maior importância por arrumar. Não tenho esperança que venham a ser arrumadas.
Vamos então tentar perceber como Portugal foi abrasado pela fúria Napoleónica. "
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