quinta-feira, 29 de julho de 2010

CIDADANIA LX: MUSEU DOS COCHES: FINALMENTE ALGO DE BOM!!!

Muito bem dito, Salvador.
Ainda acrescento mais: - só os custos de manutenção daquela "treta", desleixada em termos de eficiência energética e ambiental que iam construir (acrescidos dos encargos dos novos administradores que aí seriam colocados), são suficientes para suportar os encargos de recuperação dos coches, sem qualquer dúvida.
E dos trinta e tal milhões que seriam para a obra, não são precisos sequer metade, para reabilitar o actual picadeiro onde se encontram os coches actualmente, assim como para compor, como espaço exterior, o "buraco" onde iam começar o novo museu.
Ainda ficamos com mais de quinze milhões para reabilitar algum dos edifícios públicos que estão em degradação nas proximidades, para complementar o museu actual com novas salas de exposição, assim como as necessárias oficinas laboratório, para exposição e manutenção dos coches.

Claro: - isto não vai dar tantos tachos novos, nem marcar o território com a chancela dos actuais governantes, tal como qualquer político de vistas curtas pretende.
Mas dará mais que isso: - manter-se-à o carisma e a dignidade do nosso património, que é aquilo que efectivamente atrai os turistas, e a médio e longo prazo dá muito mais vitalidade a uma capital, que qualquer "pirolito" novo.

Parabéns a todos aqueles que se empenharam nesta iniciativa.
E que se restaure a pérola nacional que é o actual museu dos coches.

Isto é uma atitude simples, honesta, correcta, de consenso geral, que deixa os actuais governantes com o alívio do dever cumprido, aproveita os dinheiros disponíveis do casino, resolve o problema do museu dos coches, do estado actual dos coches, da reabilitação do actual picadeiro…

Só não vai ficar contente o autor do novo projecto… mas esse fica bem melhor, vivendo com os louros da arquitectura que fez em devido tempo, que com o ónus do mau exemplo de ineficiência e falta de sustentabilidade ambiental que aqui ia dar, num período em que é fundamental que as novas obras públicas sejam bons exemplos para as obras que a sociedade civil desenvolve. Não se pode exigir na legislação, e não dar o exemplo!

E porque esta proposta não interfere com o desenvolvimento do plano estratégico Ajuda/Belém, É PRECISO AVANÇAR JÁ COM AS OBRAS DE REABILITAÇÃO!
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2:
Alguns meninos do negócio dos milhões dos outros, perderam a noção da realidade (milhões esses que fazem parte dos valores da gestão pública, onde nós também contribuímos com os impostos que pagamos) e só quando os milhões são muitos é que conseguem fazer alguma coisa (!)...

A reabilitação do actual museu dos coches, comparando com obras semelhantes, devidamente acompanhadas, mas sem "desvarios", não precisa sequer de se aproximar do custo referido.
Considerando a área do picadeiro: 50m x 17,5m, mais a área superior e a da sala lateral (já de Raul Lino), teremos perto de 1500m2 redondos.
Ou seja: €15.000.000,00 : 1500 = €10.000,00/m2
Quero eu garantir que, mesmo com a recuperação das carpintarias e das obras de arte existentes, não são precisos dois mil contos por metro quadrado!, num pavilhão amplo...
Mas se a questão são as obras de arte, estamos num museu, e a sua reabilitação pode ser um processo evolutivo, faseado no tempo, permitindo até recuperar agora outros edifícios, e ir reabilitando essas obras depois de conseguir climatizar devidamente o edifício, assim como o respectivo teor de humidade - esse é que é o maior desafio aí, pois tem que conciliar a manutenção futura das madeiras do edifício e dos coches - o que é MUITO URGENTE QUE SEJA FEITO!

O que não se pode é temer essa obra, que tem que ser reabilitada rapidamente.

E anda-se aí a brincar aos edifícios novos, de milhões, que só vão servir para ter manutenções de custos brutais!!! deixando-se um edifício destes para as calendas... (não só as pinturas, mas sim todo ele...).

Não somos pategos.
Brincar com os milhões dos outros sempre foi fácil para alguns...

Esses mais de seis milhões do casino, deviam ser aproveitados para reabilitar este património, que é uma pérola do turísmo nacional, acarinhada internacionalmente por pessoas de todos os níveis culturais e sociais.

Já chega o que vemos desbaratar por aí todos os dias (olha os palácios que andam a vender... se calhar era mais um!).
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3:
Discordo fundamentadamente que o museu dos coches tenha, ou deva, sair dali:
- Para além da cumplicidade de cem anos de parceria entre o edifício e os coches aí colocados, o facto é que há uma complementaridade enorme entre ambos: o picadeiro real foi edificado para ser ocupado pelos cavalos; e os coches não serviam para nada sem os cavalos. E este é o elo e a memória que significa a mais valia; faz também a diferença.
- Por outro lado, partir do princípio que um museu é o caixote onde se arruma, de forma mais ou menos rentável, um espólio para que seja visto, é uma ideia atrofiada que tem sido seguida em alguns casos e leva dramaticamente aos desastres que já nos habituaram em boa parte do espólio que temos no país! Ex: vão lá fazer um museu do Douro, bem arrumadinho, em Lisboa… É o mesmo tipo de anedota!
- A diferença, nas pérolas que estimamos, tem o sentimento, a relação, a cumplicidade. Tem um entrelaçar de passado e presente que fazem a diferença. É isto que acontece actualmente neste museu, e que é um crime destruir. E isto tem vindo a ser assegurado por personalidades internacionais de todas as áreas, como por exemplo nos comentários da subscrição que decorre em defesa da reabilitação do actual museu, com vários milhares de subscritores.
- Quanto a complementar o actual museu, nada mais fácil que a reabilitação de um dos palácios, propriedade pública, aí nas proximidades. E não precisamos de um total de mais de 15000m2 de área!!! tal como o brutamontes do museu projectado prevê, de custos de manutenção estúpidos… (nem falem de viabilidade, em termos económicos, dessa “peça”).

Quanto ao autor do projecto, cujo mérito e reconhecimento são indesmentíveis no seu período áureo, escusava de se sujeitar, nesta época, a passar pela desconsideração de não apresentar agora uma obra que é o oposto das necessidades energéticas e ambientais de uma intervenção pública com este impacto – não é um bom exemplo: é o pior dos exemplos – ineficiente em termos energéticos e de impacto ambiental desastroso: a pegada ecológica desta peça é brutal.

O governo não pode legislar uma obrigatoriedade de cumprimento aos privados, e dar exemplos de actuação destes! Não pode!

Quanto ao orçamento que justifiquei: foi tudo menos ingénuo – apenas demonstrei que é viável com um tiro matar dois coelhos – reabilitar o edifício actual, não acabar ali com a jóia do museu dos coches, e complementar devidamente todo o programa novo pretendido, com a reabilitação de ainda mais um edifício, com a verba que está disponível. E sem enfiar mais um “pirolito” que não é exemplo, em cima do Tejo!

Quanto ao decurso de 20 anos sem nada fazer:
- Apontei uma solução, economicamente viável, urgente, consensual; e que reabilita património!, que é o que este país precisa.
- Há 24 anos(!), estivemos 30 técnicos especialistas em patologia e reabilitação de património, nesse museu, a ver como apodreciam as nossas jóias da coroa!!!(edifício e coches). Dói-me tanto a alma hoje como me doeu nesses dias.

Não posso admitir a implementação de uma estupidez tão grande como a que pretendem fazer sem levar até às últimas consequências o meu descontentamento.
Quem ordena estes actos, depois de ter legislado directrizes de licenciamento das novas edificações urbanas em sentido oposto, tem que ser responsabilizado com consequências sobre os seus actos:
- 15000m2 novos, despesistas e ineficientes, sobrando ainda por recuperar um edifício nobre (o actual picadeiro) e o palácio para onde o museu devia ser ampliado??? É esta gestão que tem levado o país à ruína económica: não sabem minimamente o que andam aí a fazer…

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