JN 20091209
A União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) acredita que os professores têm "um papel crucial" no combate à violência doméstica, desde que estejam atentos aos sinais que os alunos emitem sob várias formas.
"Muita da indisciplina e da agressividade nas escolas são indicadores de violência familiar", salientou hoje, à Agência Lusa, a presidente daquela organização.
Maria José Magalhães falava à margem de um seminário sobre violência de género e saúde que teve lugar na Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) e foi organizado pelas alunas da pós-graduação em Prevenção da Violência de Género.
A responsável, que é também professora e coordenadora desta pós-graduação, defende que o professor deve estar "disposto a ouvir o que a criança tem para dizer", pois isso pode ser decisivo para "ficar a saber que há uma situação de violência" com que o aluno convive.
Excesso de mutismo, isolamento, falta de atenção, insucesso escolar, a par da já referida indisciplina e agressividade, são outros indicadores preciosos, de acordo com Maria José Magalhães, referindo que se houver "dois ou três juntos é motivo para ficar alerta".
Nesses casos, aconselha, os professores podem "chamar a família com discrição, para saber um pouco mais sobre a situação, sempre com muito cuidado", dando, assim início a um "processo que pode levar anos" até ser conhecido na sua totalidade.
A presidente da UMAR diz que "o mesmo se passa com a saúde", porque "as vítimas de violência vão às consultas 24 por cento mais vezes que as outras mulheres".
"Basta o clínico perguntar e estar disposto a ouvir", reforçou, salientando que "é isto que faz a diferença" na já referida pós-graduação.
O psiquiatra João Redondo, coordenador do Serviço de Violência Familiar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, concorda que a saúde pode, também, ajudar o combate a este problema.
Foi aliás esta a mensagem que o médico procurou transmitir hoje aos alunos da FPCEUP, sensibilizando-os para o "impacto da violência familiar sobre a saúde".
Esse impacto, apontou, reflecte-se através de "consequências fatais", como o homicídio e suicídio, e "não fatais", como lesões, dores crónicas, baixa auto-estima ou depressão.
João Redondo adiantou que "em Coimbra" há um "projecto que tem o objectivo de, ao nível dos cuidados primários e dos serviços de urgência, identificar mais precocemente os problemas e o seu risco".
Com este projecto, os responsáveis podem "prevenir situações graves" como as que por vezes são do conhecimento geral.
Há "vários sinais" que podem informar um profissional de saúde sobre a existência de um caso de violência doméstica, segundo João Redondo.
"A ansiedade, a depressão, as problemáticas alimentares e na área da sexualidade" são alguns desses sinais a que o profissional de saúde deve "estar atento", para depois os "encaminhar para os serviços e recursos que existem".
"No mínimo dos mínimos, é fundamental ouvir", insistiu, acrescentando que, "muitas das vezes, o que as vítimas mais querem é que se lhes pergunte é se têm ou não têm um problema de violência" no seu espaço familiar ou doméstico.
"A pergunta pode fazer, efectivamente a diferença", destacou João Redondo.
As mulheres continuam a ser o principal alvo de violência doméstica ou familiar em Portugal, representando mais de 90 por cento dos casos relatados, de acordo com Maria José Magalhães.
"Quase um terço das mulheres com mais de 18 anos são ou foram alvo de violência doméstica", recorda a mesma responsável, citando um estudo recente.
"Muita da indisciplina e da agressividade nas escolas são indicadores de violência familiar", salientou hoje, à Agência Lusa, a presidente daquela organização.
Maria José Magalhães falava à margem de um seminário sobre violência de género e saúde que teve lugar na Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) e foi organizado pelas alunas da pós-graduação em Prevenção da Violência de Género.
A responsável, que é também professora e coordenadora desta pós-graduação, defende que o professor deve estar "disposto a ouvir o que a criança tem para dizer", pois isso pode ser decisivo para "ficar a saber que há uma situação de violência" com que o aluno convive.
Excesso de mutismo, isolamento, falta de atenção, insucesso escolar, a par da já referida indisciplina e agressividade, são outros indicadores preciosos, de acordo com Maria José Magalhães, referindo que se houver "dois ou três juntos é motivo para ficar alerta".
Nesses casos, aconselha, os professores podem "chamar a família com discrição, para saber um pouco mais sobre a situação, sempre com muito cuidado", dando, assim início a um "processo que pode levar anos" até ser conhecido na sua totalidade.
A presidente da UMAR diz que "o mesmo se passa com a saúde", porque "as vítimas de violência vão às consultas 24 por cento mais vezes que as outras mulheres".
"Basta o clínico perguntar e estar disposto a ouvir", reforçou, salientando que "é isto que faz a diferença" na já referida pós-graduação.
O psiquiatra João Redondo, coordenador do Serviço de Violência Familiar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, concorda que a saúde pode, também, ajudar o combate a este problema.
Foi aliás esta a mensagem que o médico procurou transmitir hoje aos alunos da FPCEUP, sensibilizando-os para o "impacto da violência familiar sobre a saúde".
Esse impacto, apontou, reflecte-se através de "consequências fatais", como o homicídio e suicídio, e "não fatais", como lesões, dores crónicas, baixa auto-estima ou depressão.
João Redondo adiantou que "em Coimbra" há um "projecto que tem o objectivo de, ao nível dos cuidados primários e dos serviços de urgência, identificar mais precocemente os problemas e o seu risco".
Com este projecto, os responsáveis podem "prevenir situações graves" como as que por vezes são do conhecimento geral.
Há "vários sinais" que podem informar um profissional de saúde sobre a existência de um caso de violência doméstica, segundo João Redondo.
"A ansiedade, a depressão, as problemáticas alimentares e na área da sexualidade" são alguns desses sinais a que o profissional de saúde deve "estar atento", para depois os "encaminhar para os serviços e recursos que existem".
"No mínimo dos mínimos, é fundamental ouvir", insistiu, acrescentando que, "muitas das vezes, o que as vítimas mais querem é que se lhes pergunte é se têm ou não têm um problema de violência" no seu espaço familiar ou doméstico.
"A pergunta pode fazer, efectivamente a diferença", destacou João Redondo.
As mulheres continuam a ser o principal alvo de violência doméstica ou familiar em Portugal, representando mais de 90 por cento dos casos relatados, de acordo com Maria José Magalhães.
"Quase um terço das mulheres com mais de 18 anos são ou foram alvo de violência doméstica", recorda a mesma responsável, citando um estudo recente.
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