quarta-feira, 6 de abril de 2011

DE - Salgado apela a Governo de unidade nacional


DE - Eudora Ribeiro 05/04/11


O presidente do BES acredita que é “urgentíssimo” um pedido de ajuda imediato de Portugal e apela a um governo de unidade nacional. "É urgente pedir [ajuda] já. É grave se não for feito porque é preciso neutralizar este efeito rapidíssimo da subida das taxas de juro, acalmar os mercados e tranquilizar os portugueses" a pouco tempo de eleições, disse, em entrevista à TVI. Questionado sobre o montante de uma eventual ajuda a Portugal, o CEO do BES disse que "o valor exacto, ninguém sabe" e o "Estado deverá saber melhor do que ninguém". Contudo, acrescentou que a ajuda pode chegar aos 15 mil milhões de euros. "Pensamos que poderá chegar a esse valor, que será suficiente para tranquilizar os mercados e permitir aos portugueses irem votar com tranquilidade", disse. Confrontado com as palavras de José Sócrates, que voltou ontem a dizer que um cenário de ajuda externa é um "último recurso", prometendo tudo fazer para o evitar, Salgado contrapôs que "a sucessão dos acontecimentos é de tal forma rápida que neste momento acredito não haver outra alternativa que não esse apoio intercalar à União Europeia". Ricardo Salgado disse ainda que "era fundamental que houvesse uma unidade política no apoio a esse empréstimo", referindo-se a "um acordo dos partidos da oposição" em relação aos compromissos com a União Europeia. O presidente do BES foi mais longe e disse "que estando todos no sentido do interesse nacional, acabarão por estar de acordo, não só o Governo mas também os outros partidos". "Seria lastimável que esse bom senso não imperasse" em relação a um pedido de ajuda que considerou "urgentíssimo", face às actuais taxas de juro "inusitadas". Admitindo-se "preocupado" com o cenário actual, Ricardo Salgado disse ainda acreditar "no bom senso da classe política". "Se não houver governos maioritários tem de haver uma maioria ampla em termos de unidade nacional", sustentou, explicando que espera que haja "o sentimento da parte da União Europeia de que há uma unidade nacional que se vai responsabilizar pelo cumprimento das metas" de Portugal. "Não lhe chamaria governo de salvação nacional, chamaria um governo de unidade nacional, que poderia incluir os partidos necessários", nomeadamente os de esquerda, disse. Sobre um futuro programa de estabilidade, o presidente do BES diz que não deverá existir outra forma de resolver os problemas do País. "Não posso dizer que o programa de estabilidade seja idêntico aos outros, espero que não, espero que seja melhor", referiu.

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