sábado, 31 de janeiro de 2009

Fórum Social: Plano Amazónia Sustentável anda "devagar", diz ministro brasileiro do Ambiente

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/66f45a6e39d917754bbc12.html
30 de Janeiro de 2009, 20:26
Belém, Brasil, 30 Jan (Lusa) - O ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu hoje no Fórum Social, em Belém, um modelo sustentável económico alternativo, mas reconheceu que o Plano Amazónia Sustentável, lançado em Maio no Brasil para redução da desflorestação, ainda anda "devagar".
A meta de regularização fundiária é uma das 20 estratégias que o Plano prevê e deverá ser finalizada ao fim de três anos.
No entanto, o ministro admite que "as outras estratégias estão devagar".
Para 2009, será iniciado o programa de recuperação de áreas degradadas e até ao final deste ano será concluído o Zoneamento Económico-Ecológico (ZEE) para definir recomendações de actividades que poderão ser implementadas em cada região.
A "guerra" contra a desflorestação da Amazónia, segundo Minc, não se dá apenas ao nível da repressão, mas é também necessário "lançar as bases do desenvolvimento sustentável com inclusão e consciência".
"Vamos apostar no desenvolvimento alternativo, sustentável e acabar com a impunidade porque incentiva o crime ambiental no país", enfatizou o ministro brasileiro.
"A nossa guerra é contra o modelo predatório que empobrece o povo e destrói a Amazónia", destacou ao referir-se que antes "o crime compensava".
Nos últimos seis meses de 2008, de acordo com Carlos Minc, a desflorestação da região amazónica reduziu 40 por cento, contudo, considera este nível ainda "insuportável".
Já no que se refere às mudanças climáticas, o governante defendeu uma posição mais firme do Brasil.
Assim como o Fundo Amazónia criado em Agosto do ano passado para angariar recursos de países para destinar à prevenção e combate à desflorestação da Amazónia, Minc adiantou que já está a tramitar no Congresso brasileiro a proposta de um Fundo de Mudanças Climáticas.
A expectativa é que inicialmente o Fundo seja dotado com 300 milhões de reais (mais de 100 milhões de euros) que financie projectos de combate à desertificação.
Para Minc, é preciso "mostrar que o Brasil é capaz de desenvolver e preservar simultaneamente a Amazónia".
O Brasil esteve representado por doze ministros no Fórum, além do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O chefe de Estado brasileiro esteve quinta-feira em Belém, ao lado dos outros quatro presidentes latino-americanos participantes do evento, onde recusou "lições" dos países ricos no combate à crise .
"Eles (os países ricos) tinham a solução para todos os nossos problemas e diziam o que tínhamos de fazer. Parecia que eles eram infalíveis e nós, incompetentes. Mas Deus escreve certo por linhas tortas, porque o `deus mercado´ quebrou", ironizou, citado pelo jornal Estado de São Paulo.
"Eles diziam que tínhamos de fazer ajuste fiscal, cortar gasto, fazer choques de gestão e mandar trabalhadores embora. É hora, na verdade, de investirmos, de colocarmos dinheiro nos sectores produtivos", acrescentou Lula, aproveitando a ocasião para falar do plano de seu Governo de promover a construção de 1 milhão de casas populares nos próximos dois anos.
FO/PDF.
Lusa/Fim

Fórum de Davos: Índia e EUA podem perder todas as colheitas dentro de 20 anos por falta de água - relatório

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/6d66ee590a7b117835deb1.html
31 de Janeiro de 2009, 02:02
Davos, Suíça, 31 Jan (Lusa) - O mundo arrisca uma grave penúria de água devido ao aumento constante da procura, mais rápida até que o crescimento da população mundial, previne um relatório divulgado na sexta-feira pelo Fórum Económico Mundial, em Davos, Suíça.
"Em menos de 20 anos, a escassez de água pode fazer perder à Índia e aos Estados Unidos a totalidade das suas colheitas", inquietam-se os autores do relatório, acrescentando que, paralelamente, a procura alimentar deverá explodir.
Segundo eles, muitos locais no mundo estão já à beira de um esgotamento das reservas de água na sequência de "bolhas" especulativas sobre este recurso nos últimos 50 anos.
"O mundo já não pode no futuro gerir a questão da água como o fez até agora", previnem.
Cerca de 40 por cento dos recursos de água dos Estados Unidos são utilizados para a produção energética. De facto, só 3 por cento das reservas de água são consumidas pelos clientes domésticos, assinala ainda o relatório.
As necessidades em água para a produção de energia deverão aumentar nos Estados Unidos 165 por cento e 130 por cento na União Europeia, de acordo com o relatório, que teme as consequências para a agricultura da redução destes recursos.
Sublinha ainda que a maioria dos glaciares do Himalaia e do Tibete terão desaparecido em 2100 ao ritmo actual a que derretem. Apesar de tudo, fornecerão água a dois mil milhões de pessoas.
Cerca de 70 rios importantes no mundo estão praticamente secos pelos sistemas de irrigação.
Para o Fórum de Davos, a água será dentro de 20 anos um assunto importante de investimentos, ainda mais do que o petróleo.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse durante um debate nos Alpes suíços que o problema da água é "vasto e sistémico".
TM.
Lusa/fim

Fórum Social: Jovens de todas as partes do mundo encontram-se em Belém do Pará para defenderem «um outro mundo possível»

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9103bc5319383fa0cf7392.html
31 de Janeiro de 2009, 09:45
Belém, Brasil, 31 Jan (Lusa) -- Milhares de pessoas encontram-se no Fórum Social Mundial, em Belém, no Estado do Pará, para discutirem a proposta de «um outro mundo possível» a levar em consideração o estilo de vida, a crença, religião, ideologia, língua e nacionalidade.
Jovens e movimentos sociais de todos os cantos do mundo vão à Amazónia para dar voz a seus anseios na defesa de direitos e na cobrança das autoridades por políticas afirmativas e de inclusão.
Ambientalistas, negros, mulheres, indígenas, sindicalistas e tantas outras tribos culturais e de todas as idades compartilham experiências e se aproximam num contexto de convivência harmônica e reciprocidade.
Enquanto Arno Bongo reivindicava os direitos das comunidades que residem próximo à rodovia BR-163, conhecida como Transamazónica, que liga os municípios de Santarém, no Pará, à Cuiabá, no Mato Grosso (1.700 km), e a necessidade de preservar o meio ambiente, jovens da Aldeia da Paz, comunidade alternativa no Fórum, defendem a permacultura.
Luciano Almeida, de Belo Horizonte, Minas Gerais, que estava vestido de planeta Terra no dia da Marcha da Abertura do Fórum, disse à Lusa que a realização do evento na Amazónia ocorre num contexto "bem sugestivo".
"Todo mundo decidiu reunir-se aqui no Fórum para gritar bem alto para o mundo ouvir que a gente precisa de mudança de paradigma e que um outro mundo é possível. Nós precisamos de mudança, a Terra está a sofrer", reivindicou o permacultor.
A estudante universitária de Brasília, Luciana Felizola, aos 22 anos, é outra que acredita na agroecologia e que, assim como a permacultura, afirma serem as únicas soluções para "salvar o planeta".
Esta é a primeira vez que participa do Fórum e diz que para um criar um novo mundo, é preciso começar com os pequenos actos, separar o lixo do orgânico, fazer uma casa de banho ecológica, "a gente deve pensar em dar os bons-dias a quem a gente não gosta. É assim que se começa".
Ramish Enpel, por sua vez, veio da Índia para lançar uma única mensagem: "Queremos paz." "Queremos direitos para as pessoas", afirma o indiano, membro da organização South Asian People's Initiative (Iniciativa dos Povos do Sul da Ásia).
Além das grandes causas como a preservação do meio ambiente, a defesa dos povos indígenas, quilombolas, dos direitos humanos, contra violência no campo e nas cidades e contra as guerras, há também aquelas causas desconhecidas por muita gente.
Labey carregava durante a Marcha de Abertura do Fórum duas bandeiras do Saara Ocidental. No seu protesto silencioso na caminhada, ele defendia a emancipação de seu país que está actualmente anexado por Marrocos.
"Vim para o Fórum para fazer que as pessoas saibam de nossos conflitos e nossa luta, estamos a lutar contra o colonialismo marroquino e também contra o imperialismo", disse
No meio de protestos e manifestações individuais, há também as colectivas como a da Amnistia Internacional, que está a apresentar o programa "Dignidade".
Fabian Poriqui, membro da organização, afirma que a campanha global, que será anunciada em Maio, vai lutar contra a pobreza nos países do Sul.
... ...
Até 01 de Fevereiro, 120 mil pessoas de 130 países estão em Belém para participarem no Fórum Social.
Estima-se que apenas no Acampamento da Juventude estejam acampadas cerca de 20 mil pessoas nas áreas verdes da Universidade Federal Rural da Amazónia (UFRA).
FO.
Lusa/fim

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Fórum Social: Decepção marca lançamento de campanha em defesa dos povos da Amazónia

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/4e061c2c718d8e2a113400.html
29 de Janeiro de 2009, 15:35
*** Fabíola Ortiz dos Santos da Agência Lusa ***
Belém, Brasil, 29 Jan (Lusa) - O sentimento de decepção entre indígenas e movimentos sociais marcou o lançamento da campanha em defesa dos povos da Amazónia devido à não comparência de representantes do poder político e da Fundação Nacional do Índio (Funai), ambos convidados.
Segundo o indígena Marcos Apurinã, membro da coordenação das Organizações Indígenas da Amazónia Brasileira (COIAB), a não presença e a falta de diálogo com as autoridades pode traduzir desinteresse da Funai e do próprio governo brasileiro pelo debate.
"Tivemos só decepção no sentido de que o presidente da Funai foi convidado e não compareceu. A ideia era discutir com eles para que pudessem divulgar e entender o nosso papel na proteção do meio ambiente e da biodiversidade da Amazónia", disse Apurinã à Lusa.
Para a liderança, houve um desânimo de muitos indígenas que "sentiram o choque da não presença" das autoridades. Isso, salienta Apurinã, comprova o descrédito das populações indígenas perante o governo.
"Se nós queremos um novo mundo que é com certeza possível, a gente queria que essas pessoas estivessem aqui [no Fórum Social] para fazer isso", inistiu.
Apurinã destacou que, apesar do desapontamento de muitos indígenas, que tiveram de percorrer um trajecto de mais de 10 dias de barco para chegar à Belém, sede do Fórum Social, para levantar e promover um diálogo sobre as causas indígenas com as autoridades públicas, este não compromete a realização do evento mundial a decorrer esta semana.
"Isso não vai atrapalhar, a gente vai resistir como resistimos até hoje. Esse não comparecimento do poder público nas nossas reuniões só tem a atrapalhar, a gente não vê o avanço de uma melhoria para os povos indígenas", referiu.
De acordo com Apurinã, os povos indígenas irão resistir.
"Nós temos força nem que seja até o último índio. Não queremos desflorestação, não queremos a destruição da Amazónia, vamos brigar para que não venham invasores", afirmou.
A agressão ao meio ambiente, segundo a COIAB, é causada, principalmente, pela acção de madeireiras, garimpeiros, pecuaristas e pelo avanço da fronteira agrícola na monocultura da soja e da cana de açucar.
A campanha "Povos Indígenas da Amazónia - presente e futuro da humanidade", lançada na quarta-feira, aborda a relação de respeito dos índios pela natureza e valoriza o modo de viver destes povos.
Ainda neste primeiro semestre, as entidades promotoras da campanha vão organizar manifestações contra decisões políticas e legislativas, como a mudança do Estatuto dos Povos Indígenas e a criação do Conselho Nacional de Política Indígena.
Lusa/Fim

Ponte da Barca: EDP cede à autarquia pousada que esteve 15 anos desactivada e entregue às vacas

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/803b55143574b827b11333.html
30 de Janeiro de 2009, 11:16
Viana do Castelo, 30 Jan (Lusa) - A pousada da EDP no Lindoso, Ponte da Barca, desactivada há mais de 15 anos e actualmente "em completo estado de degradação", vai ser cedida à câmara local e transformada em estrutura de cariz turístico.
"A nossa ideia é construir ali uma pousada da juventude ou um centro de férias do INATEL, ou então entregar aquilo à iniciativa privada, para um empreendimento ligado ao turismo", disse hoje, à Lusa, o presidente da Câmara de Ponte da Barca.
Segundo Vassalo Abreu, a data da assinatura da escritura de entrega pela EDP, a título gratuito, da pousada à autarquia deverá ser acertada "na próxima semana".
Para o autarca, essa data significará "o princípio do fim de uma situação insustentável", com uma pousada localizada "num local excelente" mas "completamente abandonada e em progressiva degradação".
A pousada foi construída pela EDP há cerca de 20 anos para acolher funcionários e técnicos superiores da empresa que trabalharam na construção da Barragem do Alto Lindoso, empreendimento hidroeléctrico inaugurado em 1993.
A partir de então, a pousada constituída por dois edifícios independentes, com 44 quartos, foi abandonada e, entretanto, os únicos "hóspedes" que conheceu foram as vacas barrosãs, que ali encontraram abrigo para se protegerem da chuva e do frio da serra.
Em 2004, a EDP anunciou que a infraestrutura estava à venda, o que motivou o recurso imediato para os tribunais da Junta de Freguesia do Lindoso, argumentando que a pousada está implantada em terrenos baldios da freguesia e que, como tal, não podia ser vendida.
A actual junta sempre lutou para que a EDP, em vez de pôr a pousada à venda, a oferecesse freguesia ou cedesse por um preço simbólico, até para "compensar" a população do Lindoso de todos os prejuízos sofridos durante e depois da construção da barragem.
Especificando alguns dos prejuízos, a autarquia recordou, por exemplo, que na altura a EDP pagou 30 escudos por metro de terreno de cultivo, enquanto que os proprietários do lado espanhol receberam "verdadeiras fortunas".
Apontou ainda prejuízos "avultados" nas culturas, resultantes da "completa alteração" das condições climatéricas, afectando sobretudo o vinho, "uma das principais riquezas da freguesia".
Entretanto, a actual Câmara de Ponte da Barca, liderada pelo socialista Vassalo Abreu, conseguiu chegar a acordo com a EDP para a cedência gratuita do equipamento, a título definitivo.
VCP.
Lusa/fim

Património é responsabilidade fundamental do Estado - Manuel Alegre

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/353328af125709844a5ed0.html

30 de Janeiro de 2009, 11:15
Lisboa, 30 Jan (Lusa) - O poeta e deputado socialista Manuel Alegre lamentou que o Ministério da Cultura (MC) continue a ter "uma dotação orçamental baixíssima", que se traduz, entre outros aspectos, "num grande desprezo pelo património".
"Não sou conta o mecenato, mas é uma responsabilidade fundamental do Estado recuperar e salvaguardar o património nacional, que é a pegada histórica de um povo", salientou.
Em declarações à Agência Lusa a propósito do balanço de um ano de mandato do ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, o deputado socialista sustentou que as questões principais desta tutela ultrapassam a gestão da actual tutela.
Escusando-se a comentar a performance do ministro José António Pinto Ribeiro, o escritor preferiu centrar a sua avaliação nas prioridades do Governo para a área da cultura.
"A cultura não tem sido prioridade do Governo, daí os baixissimos orçamentos", conclui Manuel Alegre, alertando para a degração de alguns dos sectores mais importantes desto sector, como o património arquitectónico e os museus.
Lastimou os casos que têm vindo a público de degradação de património, como o Convento de Cristo, em Tomar, o Mosteiro da Batalha e a Sé Velha de Coimbra.
"Não percebo como o Estado tem tantos milhões para salvar um banco e não salva o património nacional do país. Parece que o património material está hoje acima do património histórico", aventou.
AG.
Lusa/Fim

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Fórum Social: Três mil indígenas esperados em Belém do Pará

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/dc477f8a1f31b45cf624c2.html
Belém, Brasil, 26 Jan (Lusa) - A cidade de Belém, no Estado do Pará, sede do Fórum Social Mundial (FSM) que se inicia na terça-feira, será o destino de cerca de três mil indígenas de todo o mundo para discutir a preservação da Amazónia.
Esta será a maior delegação indígena a participar num fórum social e só do Brasil estarão presentes 1.500 indígenas.
O segundo dia do evento será dedicado ao encontro dos povos indígenas provenientes de nove países da Pan-Amazónia, entre eles Venezuela, Peru, Equador, Colômbia e Bolívia para debates políticos sobre a situação do indígena no mundo e formas de preservar a Região Amazónica.
Segundo a organização do Fórum Social, o dia 28 será um marco para garantir o "protagonismo e participação massiva de representações dos povos e movimentos sociais" a fim de estabelecer diálogos e "convergências de lutas com os demais movimentos e experiências de todo mundo".
Cerca de 27 por cento do território amazónico, formado pelos nove países da Pan-Amazónia, é ocupado por terras indígenas.
Mais de 40 milhões de pessoas, o equivalente a 10 por cento de toda a população da América Latina, residem nesta região onde se dividem em 522 povos tradicionais de diferentes etnias.
São muitas as críticas e dúvidas a serem travados e discutidos entre os diversos povos.
Segundo o comité organizador do FSM, os principais temas que rondam a realidade indígena são a expansão de actividades de empresas multinacionais como mineradoras, petrolíferas, hidroelétricas, madeireiras e sojeiras que avançam sobre as reservas indígenas.
Para dar início às actividades, na terça-feira, líderes indígenas e organizações ambientais e de direitos humanos de dezenas de países vão reunir na "Faixa Humana pela Amazónia" na abertura do Fórum.
Os participantes irão formar uma faixa humana perto das margens do rio Amazonas com as mensagens: "SOS Amazónia" e "AMA Amazónia".
A ideia é enfatizar a importância da floresta Amazónica e a necessidade de acção imediata para acabar com a sua destruição.
Logo depois, terá início a marcha de abertura da 8ª edição do Fórum Social Mundial onde cerca de 50 mil pessoas deverão percorrer o trajecto de seis quilómetros do porto de Belém ao centro da cidade como um grande momento de confraternização e reunião multicultural.
Ao longo dos seis dias de evento, são esperadas cerca de 120 mil pessoas de 150 paises diferentes.
Além de três mil indígenas, o movimento negro estará presente com 1.500 pessoas e os movimentos sociais de luta pela terra como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e a Via Campesina marcarão presença ao levar 2.500 pessoas.
No entanto, a maior parcela de participantes é formada por cerca de 20 mil pessoas que se vão hospedar no Acampamento da Juventude.
São ainda esperados cinco chefes de Estado da América Latina: Lula da Silva (Brasil), Hugo Cháves (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai) e Rafael Correa (Equador).
Entre imensas actividades durante o FSM, haverá dois painéis, no dia 29, que reunirão estudiosos e especialistas de países lusófonos que discutirão questões sobre "trabalho e sociabilidade em tempos de mundialização".
Os países lusófonos estarão representados por intelectuais das Universidades Técnica Lisboa, de Portugal; Eduardo Muandane, Moçambique; Agostinho Neto, Angola; e do Brasil de universidades federais.
FO.
Lusa/Fim

sábado, 24 de janeiro de 2009

CRISE FINANCEIRA E CLIMÁTICA MUNDIAL

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/6824e5d67de5ef06bb8475.html
Fórum Social: Crises financeira e climática estarão em foco nos debates em Belém do Pará
24 de Janeiro de 2009, 10:02
Belém, Brasil, 24 Jan (Lusa) -- A 8ª edição do Fórum Social Mundial (FSM) este ano em Belém, capital do Pará, no norte do Brasil, inicia-se no próximo dia 27 e terá como principal foco as discussões sobre as crises financeira, climática e de governação global.
Em tempos de debate sobre aquecimento global e desenvolvimento sustentável, os activistas optaram por levar o evento, que reunirá cerca de 120 mil pessoas de 130 paises, para a Amazónia.
Segundo o sociólogo Cândido Grzybowski, director do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Económicas (Ibase) e membro do conselho internacional do FSM, a escolha de Belém para sedear o evento não foi por acaso e considera ter sido uma "aposta ousada".
"A gente pensou ir para a Amazónia no auge do debate da crise climática. Temos de internacionalizar os problemas e fortalecer as lutas para apresentar um outro mundo e dar uma dimensão universal para os conflitos que existem", disse à Lusa.
A Amazónia será também um dos temas dominantes no evento que terá um dia especial dedicado à floresta com discussões sobre modelo energético, exploração mineral, mudanças climáticas, direitos humanos, questões indígenas e desenvolvimento sustentável.
"A Amazónia é muito complexa e mesmo no Brasil é uma área periférica. É um território sem lei, nós queremos a lei e os direitos humanos", destacou Grzybowski ao defender que os problemas da Amazónia devem ser enfrentados pelos brasileiros, mas é importante que a discussão se desenrole num âmbito global.
Entidades internacionais consideram que o Brasil foi responsável por mais de 40 por cento da destruição das florestas tropicais no ano passado.
No segundo dia de evento que será dedicado ao tema, Grzybowski irá participar numa conferência sobre os danos da extracção de minério na região amazónica.
"Queremos promover a discussão das veias abertas da Amazónia, empresas que extraem carvão do coração da floresta e levam para fora do país."
Ele defende uma actuação a nivel universal dos movimentos sociais e afirma que o Fórum servirá como um "energizador" para dar um estímulo aos militantes.
"O FSM é uma universidade da cidadania, há uma aprendizagem enorme com a troca de outras experiências. Mais do que a crise financeira é o que ela desvenda em si, a desconstrução do modelo de desenvolvimento que temos hoje no mundo".
O Fórum Social que tem como tema "Outro mundo é possível" foi criado em 2001 para contrapor-se ao Fórum Económico Mundial que reúne a elite política e económica em Davos, na Suíça.
"Nós nascemos para contrapor ao Fórum e temos a oportunidade de avançar, enquanto lá 40 governantes vão se reunir apenas com os que causaram a crise económica", questiona o sociólogo ao realçar que o Fórum Social adquiriu maior autonomia ao longo dos anos e que já estuda a proposta de não mais orientar-se pela data que é realizada o seu rival.
As três primeiras edições do FSM, bem como a quinta edição, aconteceram em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 2001, 2002, 2003 e 2005.
Em 2004, o evento mundial foi realizado pela primeira vez fora do Brasil, em Bombaim, na Índia. Em 2006, aconteceu de maneira descentralizada em países de três continentes: Mali, em África, Paquistão, na Ásia, e Venezuela, na América do Sul.
Em 2007, voltou a acontecer de maneira centralizada no Quénia, em África. No ano passado, houve um dia mobilização e acção global realizado simultaneamente em 82 paises.
A cidade de Belém concorreu com outras brasileiras como Porto Alegre, Curitiba e Salvador, e também com candidatos de países como Coreia do Sul e Indonésia.
Para este ano, estão previstas mais de 2.600 actividades, a maioria auto-gestionadas -- organizadas pelos próprios participantes.
Já estão confirmadas as presenças dos Presidentes do Brasil, Lula da Silva; da Venezuela, Hugo Chávez; da Bolívia, Evo Morales; do Equador, Rafael Correa; e do Paraguai, Fernando Lugo.
FO.
Lusa/fim

sábado, 10 de janeiro de 2009

100 anos e a Neve

Nasceu em 09.01.1909 e faria hoje 100 anos. Faleceu há pouco mais de um ano, a avó Maria.
O S. Pedro lembrou o dia com um nevão como muitos aqui nunca tinham visto.
Ficam as fotos.