quarta-feira, 9 de março de 2011

Cavaco Silva apela ao "sobressalto cívico" e "grande mobilização nacional"

Sapo - 09 de Março de 2011
No discurso de tomada de posse, na Assembleia da República, Cavaco Silva reiterou a vontade de ser o presidente de todos os portugueses e afirmou que o Governo pode contar com a sua cooperação mas também com uma magistratura activa e tendo em conta os superiores interesses do país. O discurso foi, porém, mais duro quando Cavaco apelou ao "sobressalto cívico" e uma "grande mobilização nacional".
... http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1135493.html
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SOL - ... «Há limites para os sacrifícios que podem ser pedidos aos cidadãos».
... http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=13692
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DE - Cavaco retrata “década perdida” e alerta para “custos sociais insustentáveis”
http://economico.sapo.pt/noticias/cavaco-retrata-decada-perdida-e-alerta-para-custos-sociais-insustentaveis_112899.html
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Económico - Pedro Latoeiro e Margarida Vaqueiro Lopes
http://economico.sapo.pt/noticias/os-10-recados-de-cavaco-silva-para-a-classe-politica_112925.html
O discurso de tomada de posse de Cavaco Silva ficou marcado por duras críticas à classe política.
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- Os 10 recados de Cavaco Silva para a classe política:
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1- "Só um diagnóstico correcto e um discurso de verdade sobre a natureza e a dimensão dos problemas económicos e sociais que Portugal enfrenta permitirão uma resposta adequada".

2 -"Surpreende que possa ter passado despercebido nos meios políticos e económicos o alerta lançado pelo Governador do Banco de Portugal, em Janeiro passado, de que, e cito, "são insustentáveis tanto a trajectória da dívida pública como as trajectórias da dívida externa e da Posição de Investimento Internacional do nosso País".

3- "É imperativo melhorar a qualidade das políticas públicas (...) Não podemos correr o risco de prosseguir políticas públicas baseadas no instinto ou em mero voluntarismo".

4 - "É importante reconhecer as empresas e o valor por elas criado, em vez de as perseguir com uma retórica ameaçadora ou com políticas que desincentivam a iniciativa e o risco".

5 - "Não podemos privilegiar grandes investimentos que não temos condições de financiar, que não contribuem para o crescimento da produtividade e que têm um efeito temporário e residual na criação de emprego. Não se trata de abandonar os nossos sonhos e ambições. Trata-se de sermos realistas".

6 - "Aumentar a eficiência e a transparência do Estado e reduzir o peso da despesa pública são prioridades não apenas de natureza estrutural, mas também conjuntural".

7 - "Em vários sectores da vida nacional, com destaque para o mundo das empresas, emergiram nos últimos anos sinais de uma cultura altamente nociva, assente na criação de laços pouco transparentes de dependência com os poderes públicos, fruto, em parte, das formas de influência e de domínio que o crescimento desmesurado do peso do Estado propicia. É uma cultura que tem de acabar".

8 - "Muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático".

9 - "A pessoa humana tem de estar no centro da acção política. Os Portugueses não são uma estatística abstracta".

10 - "O exercício de funções públicas deve ser prestigiado pelos melhores, o que exige que as nomeações para os cargos dirigentes da Administração sejam pautadas exclusivamente por critérios de mérito e não pela filiação partidária dos nomeados ou pelas suas simpatias políticas".
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Comentário:
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Caso raro entre os nossos políticos - uma tomada de posse sob uma atitude realista e conhecedora dos problemas do cidadão comum que trabalha.
Mais: este discurso indicía alguns dos caminhos que é imperativo sejam tomados: - é preciso produzir, rentabilizar, aproveitar e não estragar; não se pode continuar a viver fazendo castelos no ar, abusando do rendimento dos outros, do endividamento que os nossos filhos no futuro terão que pagar; nem brincando de faz de conta que se gere.
Os políticos de carreira, incompetentes que nada sabem fazer e vivem do desbaratar dos dinheiros públicos, deviam aprender a ler, e escolher uma profissão a sério para aí mostrarem o que valem, e só depois deviam ser autorizados a voltar de novo a exercer um cargo público.
Quem já demonstrou que apenas nos sabe encaminhar para um buraco económico como o que atravessamos, e do qual os nossos filhos nos vão também responsabilizar a nós, devia, no mínimo ser julgado e responsabilizado por isso.
Faço votos que este discurso memorável produza frutos, para bem de todos nós. E saliento o ponto nº 10: - Este país conseguiu afastar para as prateleiras e para outros países a generalidade dos técnicos e gestores competentes, que provavelmente já nem sequer estarão agora para aturar a prepotência e a arrogância dos emproados políticos que por aí andam a dar cabo do país e da sua economia, do nosso rendimento, do futuro dos nossos filhos...

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