quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Cascais - Câmara anda a caçar watts para poupar energia

Município aposta na eficiência energética para reduzir a emissão de poluentes

JN 2009.11.11
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Cascais&Option=Interior&content_id=1416632

TELMA ROQUE
Iluminação pública de baixo consumo, mais eólicas urbanas e auditorias energéticas para "caçar watts" estão entre estratégias adoptadas pela Câmara de Cascais para se tornar um concelho mais amigo do ambiente.

Carlos Carreiras, presidente da empresa municipal Cascais Energia e vice-presidente da Câmara, garante que as preocupações com a sustentabilidade ambiental já existiam, mas admite um reforço das medidas na sequência da adesão do município, há poucos dias, à Climate Alliance, uma organização internacional de defesa do clima, cujo objectivo é reduzir as emissões de dióxido de carbono em 10% a cada cinco anos.

"Quisemos vincar o compromisso de alterar comportamentos e atitudes. A alteração de comportamentos já não é sequer uma urgência, mas sim uma emergência. Estamos muito atrasados enquanto sociedade relativamente a estas questões", explicou o responsável, reconhecendo que a meta de redução em 10% a cada cinco anos é ambiciosa. "Mas temos mesmo que ser ambiciosos", sublinha, sem rodeios.

Segundo Carlos Carreiras, a iluminação pública será gradualmente substituída pela tecnologia LED, que permite cumprir as mesmas funções com um consumo mais baixo. O município será também mais "criterioso" na compra de materiais e na construção de novos equipamentos, para os quais serão escolhidas soluções arquitectónicas que permitam poupar energia. O autarca admite ainda que o município venha a adquirir mobiliário urbano que possa ser receptor de energia. Capaz, por exemplo, de absorver energia, armazená-la e gerar luz, quando for necessário.

Para evitar os desperdícios energéticos, a Cascais Energia já tinha lançado o programa "Caça-Watts", uma espécie de auditorias aos domicílios dos munícipes, com o objectivo de identificar gastos desnecessários e reduzir em 10% os consumos domésticos.

A frota da Câmara também já é composta por veículos "amigos do ambiente", muitos dos quais híbridos. Em algumas escolas, foram instalados painéis solares e o município prepara-se para apoiar instituições particulares de solidariedade social através das energias renováveis. "Em S. Pedro do Estoril temos seis eólicas urbanas. Duas vão lá ficar e quatro vão ser instaladas em instituições, ainda não escolhidas". Carlos Carreiras explica que a energia gerada não chegará para cobrir as necessidades. No entanto, frisa que se trata de um bom contributo para reduzir a factura energética.

O presidente da Cascais Energia explica que a "batalha" em defesa do clima está a ser travada em várias frentes: eficiência energética, combate ao desperdício e aposta em energias renováveis.

A optimização energética também já chegou às piscinas do concelho. A da Abóboda dispõe de painéis solares e de um sistema que produz calor e electricidade, a partir de um único combustível. Estima-se que a medida proporcione uma poupança de 68500 euros por ano, evitando a emissão de mais de 215 toneladas de dióxido de carbono.

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